Hamas criou falsa app de encontros para roubar dados a militares israelitas
Israel acusou o Hamas de ter criado duas falsas apps de encontros amorosos, a WinkChat e a GlanceLove, para roubar dados aos militares do seu país. As aplicações, que chegaram a estar disponíveis para download na loja Google Play mas já foram removidas, segundo o The Guardian, foram descarregadas por cerca de uma centena de membros das Forças de Defesa de Israel (IDF). Tanto homens como mulheres.
O esquema fraudulento foi desmantelado por uma investigação do exército israelita durante uma operação que recebeu o nome de Coração Partido. O IDF, citado pelo mesmo jornal britânico, garantiu, porém, que "não houve quaisquer danos em matéria de segurança".
Num briefing com jornalistas, um responsável dos serviços de informações militares israelitas explicou, na terça-feira, que os aparelhos visados foram telemóveis Android. O malware instalado nos mesmos, após download daquelas aplicações, permitia localizar e aceder à lista de contactos, bem como transformar os smartphones em verdadeiros aparelhos de escuta e câmaras de videovigilância.
O esquema começava com os soldados israelitas a serem contactados sobretudo por perfis falsos de mulheres no Facebook que lhes pediam, depois, para as adicionarem no WhatsApp para conversar. Em seguida os militares recebiam links para as apps. Depois era fazer o download.
Havia ainda uma terceira app, chamada Golden Cup, que oferecia vídeos dos melhores lances no Mundial de Futebol. Anunciada em hebraico no Facebook, a app oferecia também informação detalhada sobre cada equipa, estando bastante bem feita até, reconheceu aquele mesmo responsável dos serviços de informações militares israelitas.
O Hamas é um grupo integrista palestiniano que controla uma parte dos territórios palestinianos, a Faixa de Gaza, desde 2007. Os islamitas lutam pela criação de um Estado independente da Palestina e não reconhecem o Estado de Israel. Durante a primavera, o Hamas organizou as chamadas Marchas de Retorno, alegando que os palestinianos têm direito a regressar aos territórios que abandonaram, terras reivindicadas por Israel.
Os episódios de violência entre grupos ou manifestantes palestinianos e militares israelitas é uma constante. O processo de paz encontra-se praticamente em ponto morto e o apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, às políticas do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, também não têm contribuído para o regresso à mesa das negociações por parte dos vários atores.