Haddad é acusado de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
Fernando Haddad, do PT, foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, a propósito de uma investigação que envolve a UTC Engenharia, empresa de construção envolvida na Operação Lava-Jato. Segundo a promotoria, Ricardo Pessoa, dono da construtora, teria transferido em 2012 sem declarar 2,6 milhões de reais (cerca de 560 mil euros), para a campanha do então candidato a prefeito de São Paulo.
"Prefeito da cidade de São Paulo (...) solicitou e recebeu indiretamente vantagem indevida de 2,6 milhões de reais; depois, agiu por interpostas pessoas de forma a dissimular a natureza, a origem, a localização e a movimentação dos valores", diz trecho da denúncia citada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Além de Haddad e Pessoa, o ex-tesoureiro do PT Vaccari Neto, o diretor financeiro da UTC Walmir Pinheiro, o intermediário Alberto Youssef e o ex-deputado estadual do PT Francisco de Souza foram também denunciados. Souza, de acordo com o ministério público, era dono de empresas do setor gráfico destinatárias das verbas.
A assessoria de Haddad já havia dito que demonstrara com documentos que "todo o material gráfico produzido em sua campanha a prefeito em 2012 foi declarado e que não havia razão para receber qualquer recurso não declarado da UTC".
Agora, perante esta denúncia, os assessores do ex-prefeito acrescentaram que "surpreende que, no período eleitoral, uma narrativa do empresário Ricardo Pessoa, sem qualquer prova, fundamente três ações do ministério público contra Haddad". "É notório que o empresário em causa já teve a sua delação rejeitada em quase uma dezena de casos e que ele conta suas histórias de acordo com seus interesses; também é de conhecimento público que, na condição de prefeito, Haddad contrariou no segundo mês do seu mandato o principal interesse da UTC na cidade: a obra confessadamente sobrefaturada do túnel da avenida Roberto Marinho".
Haddad é o atual candidato a vice-presidente da República pelo PT, na lista encabeçada por Lula da Silva. Mas como o antigo presidente não pode concorrer por determinação do Tribunal Superior Eleitoral, o ex-prefeito paulistano deve ser anunciado em breve como o pretendente do partido ao Palácio do Planalto.
em São Paulo