Há um caso de peste na Califórnia, o primeiro em cinco anos
Há um caso de peste na Califórnia. Um habitante de South Lake Tahoe foi diagnosticado com a peste bubónica, marcando o primeiro caso humano neste estado norte-americano desde 2015.
As autoridades de saúde acreditam que a pessoa pode ter sido picada por uma pulga infetada enquanto passeava com um cão, de acordo com um comunicado da Agência de Serviços Humanos e Saúde do Condado de El Dorado. Na nota explica-se que é um praticante habitual de caminhadas, sempre na companhia do seu cão.
A pessoa infetada está a recuperar em casa sob os cuidados de um profissional médico, revela o comunicado.
Os sintomas da peste surgem, usualmente, duas semanas após a exposição e podem incluir febre, náuseas, fraqueza e inchaço dos gânglios linfáticos, de acordo com o comunicado da autoridade de saúde de El Dorado. O tratamento com antibióticos pode ser eficaz se a doença infecciosa for detetada precocemente.
As autoridades de saúde do condado de El Dorado dizem que ainda investigam as circunstâncias do caso depois de serem notificados do resultado positivo do teste pelo Departamento de Saúde Pública da Califórnia.
"Os casos humanos de peste são extremamente raros, mas podem ser muito graves", alerta a oficial de saúde pública do condado de El Dorado, Nancy Williams, na nota, observando que a peste está naturalmente presente em muitas partes do estado, incluindo as áreas de maior altitude de El Dorado.
"É importante que as pessoas tomem precauções para si e para os seus animais de estimação quando estiverem ao ar livre, especialmente ao caminhar ou acampar em áreas onde os roedores selvagens estão presentes", acrescentou Nancy Williams.
O último caso confirmado de peste na Califórnia foi em 2015, quando duas pessoas foram expostas a roedores infetados ou a pulgas no Parque Nacional de Yosemite. Ambas as pessoas foram tratadas e recuperaram. Não havia nenhum caso no estado desde 2006.
Nas últimas décadas, uma média de sete casos de peste humana foram relatados a cada ano nos Estados Unidos, com uma variação de um a 17 casos por ano, relata o Centro de Controlo de Doenças norte-americano.
No início deste mês, um homem de 20 anos do Novo México morreu de peste septicémica. Foi o segundo caso confirmado no estado neste ano.
A peste bubónica é uma das três formas de peste e na China neste ano também foram reportados casos de peste bubónica, tendo há semanas sido colocada uma aldeia em isolamento após a morte de um habitante. Aconteceu na região chinesa da Mongólia Interior.
Este é o segundo caso - e a primeira morte - de peste bubónica que a China confirma neste ano. O caso anterior foi descoberto em julho em Bayannur, outra cidade na Mongólia Interior, levando ao lançamento de outro alerta de nível 3 e ao encerramento de vários pontos turísticos.
Também na Mongólia foram registados casos de peste e inclusive uma morte. Na vizinha Rússia, foi decretada a proibição da caça à marmota, um dos animais que transmitem a doença.
A peste causou milhões de mortos na Idade Média mas com o surgimento dos antibióticos a doença ficou mais controlada. Mas não foi totalmente eliminada e teve um regresso recente, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificá-la como uma doença em reemergência.
Entre mil e duas mil pessoas contraem a peste todos os anos, de acordo com a OMS. Mas este total pode ser uma estimativa modesta, uma vez que não leva em conta casos não relatados.
Segundo dados de 2016, a possibilidade de praga existe em quase todos os continentes, principalmente no oeste dos Estados Unidos, partes do Brasil, áreas espalhadas no sudeste da África e grandes extensões da China, da Índia e do Médio Oriente.