Há mais abstenção... mas mais gente já votou. Perceba o paradoxo

O facto de a afluência às urnas às 12h00 ser percentualmente inferior à registada à mesma hora nas europeias de 2014 não significa que haja menos votantes. Pelo contrário. O número de votantes está a aumentar.
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O número de votantes está a aumentar nas eleições europeias portuguesas deste domingo, quando comparados os dados com os registados à mesma hora (12h00) nas Europeias de 25 de maio de 2014.

Há cinco anos, às 12h00 tinham votado 1,1 milhões de eleitores (1 177 902). E isso equivalia na altura, tendo em conta o número total de inscritos - 9,7 milhões (9 702 657) - a uma percentagem de participação de 12,14%.

Agora, à mesma hora, já votaram 1,2 milhões (1 243 990) de eleitores registados - ou seja, mais 66 mil eleitores do que às 12.00 nas Europeias de 2014. A percentagem de participação, 11,56%, é porém inferior à registada há cinco anos (12,14%). Porquê?

A explicação: o número total de eleitores inscritos aumentou fortemente de 2015 para 2019, por via do recenseamento automático de centenas de milhares de portugueses residentes no estrangeiro.

Em 2014, o número total de inscritos era de cerca de 9,7 milhões de eleitores (9 702 657).

Em cinco anos, por causa dessa mudança operativa do recenseamento automático, o número de emigrantes portugueses com capacidade eleitoral ativa aumentou de 244,8 mil para 1,4 milhões (1 431 825).

O número de estrangeiros da UE que podem votar em Portugal também aumentou, de 8,9 mil para 10,7 mil.

Assim, o número total de inscritos, somados os valores dos inscritos em território nacional e no estrangeiro, passou de 9,7 milhões para 10,7 milhões (10 761 156).

E é essa diferença de cerca de um milhão de eleitores a mais que faz a abstenção ser maior em percentagem mas de facto ser menor em número absoluto de votantes.

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