Há Filmes na Baixa! regressa ao Porto
Com o Trindade prestes a abrir (esta semana a Nitrato Filmes deve definir a data de abertura em fevereiro), o anúncio da conversão do Batalha em Casa do Cinema e a programação regular de cinema alternativo no Campo Alegre, o cinema no Porto ganha cada vez mais uma nova vida. O Há Filmes na Baixa!, no Passos Manuel, iniciativa do festival Porto/Post/Doc, parece estar cada vez com maior vitalidade. A programação para os próximos dias é de luxo e reflete uma ideia daquilo que de melhor se faz no cinema documental em Portugal.
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Neste best-of dos melhores portugueses que foram vistos no festival que aconteceu entre novembro e dezembro passados, é inevitável não aparecer o novo filme de Salomé Lamas, Eldorado XXI (selecionado para o Forum de Berlim 2016), exploração às minas da montanha de Rinconada, no Perú. Um olhar nada etnográfico sobre os corpos (e é de corpos mortos e vivos que o filme fala...) dos trabalhadores e habitantes deste inferno na terra.
Eldorado XXI estreia-se nos Passos Manuel na sessão do Há Filmes na Baixa! no dia 9. Precisamente no dia que o filme chega comercialmente a Lisboa. De recordar, que se tratou do vencedor do Porto/Post/Doc. Outro dos vencedores, neste caso do prémio Teenage, é Ama-San (melhor filme nacional no DocLisboa), de Cláudia Varejão, cuja data de exibição neste regresso do Há Filmes na Baixa! é já esta quarta-feira, com exibição suplementar no próximo dia 2. Uma proposta documental que nos leva até ao Japão para acompanharmos a vida de três mulheres pescadoras de mergulho numa península remota. Sem dúvida, um filme solidário com a vida e sempre próximo de uma intimidade intrinsecamente feminina.
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Hoje a sala de cinema que também é bar dançante recebe sessão dupla: Pontas Soltas, de Ricardo Oliveira e Vandoma, de Bernardo Bordalo, Bruno Lança e Rui Oliveira. O primeiro é uma viagem pelo processo de trabalho dos Capitão Fausto, a atual grande banda pop do panorama musical português, enquanto o segundo é uma curta sobre a feira de pulga portuense que transitou recentemente das Fontainhas para a Av. 25 de Abril.
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Por fim, a 8 de fevereiro, é a vez de Tarrafal, de Pedro Neves, incursão nas memórias do bairro São João de Deus, um dos locais da cidade do Porto com mais histórias de marginalidade e má fama. O filme provocou casas cheias no festival e para já ainda não tem data de estreia. Um documentário que humaniza os excluídos da cidade.
Todas as sessões do Há Filmes na Baixa começam às 22.00 e custam 4 euros. O cinema no Porto está aí mesmo à nossa mercê..