"Há 12 anos não teria capacidade para fazer House Of Cards"
Ele é o galardoado ator que dá vida ao mais impiedoso presidente dos EUA da ficção televisiva. Mas Kevin Spacey não tem dúvidas: "Há 12 anos, não teria capacidade para fazer House Of Cards. Dirigir uma companhia de teatro em Inglaterra - o Old Vic, em Londres, que deixou em agosto do ano passado - e "representar em palco ao longo destes anos ensinou-me muita coisa", frisou o ator esta segunda-feira no Netflix Press Event, em Paris, conferência onde esteve o DN.
Questionado sobre as semelhanças entre Frank Underwood e os candidatos à presidência dos EUA, o protagonista do drama político que está atualmente na sua quarta temporada (a estreia na plataforma em Portugal será em maio, mas os episódios estão já a ser exibidos no canal TVSéries) atira: "A minha personagem é fictícia. Parece que muitos candidatos também...". Ainda nas comparações entre a ficção e a realidade, o norte-americano confessa que por diversas vezes pensa que na série chegam a ir longe demais. "Mas quando chego ao hotel depois das gravações e ligo a TV nas notícias, percebo que afinal não fomos assim tão longe e que podemos ir ainda mais além".
Kevin Spacey conta ainda que tem amigos republicanos e democratas e que o feedback que recebe dos mesmos em relação a House Of Cards é de extremos. "Ou adoram e dizem-me que a série retrata a realidade ou odeiam, afirmando que não tem nada a ver", diz.
Quanto ao segredo do sucesso, pouco ou nada tem a ver com a história política, mas sim com as relações sentimentais e humanas que a salpicam, principalmente a da sua personagem e a da mulher, Claire Underwood (Robin Wright). "São as políticas da vida [que tornam House of Cards num êxito]. É extremamente interessante perceber como é que as pessoas se identificam com estas personagens", frisou o ator norte-americano.