"Um partido diz que é de um sítio, outro é de outro sítio ou de outra religião. Mas no PAIGC cabe tudo, somos de todos. E a Guiné-Bissau é de todos, de todas as etnias, clãs ou religiões", afirmou Domingos Simões Pereira numa reunião numa tabanca no interior do país, em Madina Gambiel. .Rodeado das autoridades locais, Domingos Simões Pereira mostrou-se confiante numa vitória eleitoral "clara", que "não tenha dúvida nenhuma", no próximo domingo, numa aposta na maioria absoluta. ."Os outros partidos estão a correr, mas sabem quem vai ganhar", disse o líder do PAIGC, que foi afastado de primeiro-ministro há três anos pelo atual Presidente da República, criando uma crise política que só terá clarificação com as eleições de domingo. .À Lusa, Domingos Simões Pereira recordou que tem insistido durante a campanha no discurso nacional contra os "argumentos divisionistas", como a religião ou as etnias. .A Guiné-Bissau conta contra dezenas de etnias e convivem em quase todos os lugares muçulmanos, evangélicos, católicos e animistas. ."O PAIGC tem a responsabilidade de desanuviar esse ambiente. Estamos a falar de partidos que estão interessados em fragmentar a sociedade guineense e tem de haver alguém responsável, consciente dos riscos que isso aporta", justificou o líder do PAIGC. .O objetivo é "chamar a atenção para o problema e colocar o sentimento nacional acima de tudo", explicou Domingos Simões Pereira.."O povo guineense é um povo muito tolerante, é um povo de inclusão que sempre aceitou o outro como é", disse recordando que muitas das crises políticas recentes foram associadas a discursos divisionistas na sociedade. ."Já deveríamos ter aprendido com esse erros e por isso é que insistimos em campanha para os riscos desses discursos", acrescentou.