Guilherme Silva defende permanência de Ferreira Leite
"Quem está com responsabilidades em qualquer partido tem vitórias e derrotas. Neste saldo, as vitórias são mais que as derrotas, portanto, não vejo razões para perturbações no funcionamento do partido até o termo normal do mandato que os órgãos têm", afirmou Guilherme Silva.
Por isso, defendeu, quando terminar o "termo normal dos órgãos que estão em funções", em Maio de 2010, quem quiser concorrerá à liderança.
"Esperemos que dessa fase venha um reforço do PSD e um acabar definitivo das 'tricas' internas que só favorecem os nosso adversários e prejudicam o nosso partido", acrescentou.
Questionado sobre o 'timing' escolhido por Pedro Passos Coelho para anunciar a sua candidatura à liderança do PSD, considerou que poderá ter sido cedo demais.
"É capaz de ser um bocadinho prematuro e estar, ele próprio, com esse excesso de voluntarismo a poder perturbar a estabilidade que se deseja que o partido tenha", admitiu.
Acerca da nova legislatura, que terá início na quinta-feira, Guilherme Silva, que falava aos jornalistas no Parlamento à entrada de um almoço do presidente da Assembleia da República com os vice-presidentes da instituição que agora cessam funções, destacou as suas "especificidades muito distintas da anterior", já que não voltará a existir uma maioria absoluta.
Portanto, sublinhou, terá que haver "uma capacidade de diálogo por parte do partido"
"Não sei se o engenheiro Sócrates terá a capacidade, esperemos que sim, de se despir daqueles tiques autoritários para poder entrar numa fase que ele próprio vem enfatizando de diálogo", declarou.
Por outro lado, continuou, a situação do país exigirá também "responsabilidade" por parte da oposição.
"É esse jogo entre a abertura ao diálogo por parte do partido do Governo e também uma noção de responsabilidade, de por acima das questões partidárias o interesse nacional, que se vai exigir nesta face a quem tem governa e a quem é oposição", defendeu.
Questionado sobre a possibilidade de não voltar a ser indicado pelo PSD para a vice-presidência do Parlamento a que os sociais-democratas têm direito, Guilherme Silva disse nada saber sobre o assunto, mas assegurou que a decisão do partido será sempre a "mais adequada".