Guggenheim inaugura exposição concebida por Serralves

O museu Guggenheim, de Nova Iorque, vai inaugurar na próxima sexta-feira a primeira exposição dedicada à artista iraniana Monir Farmanfarmaian nos EUA, organizada pelo museu de Serralves
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A exposição, intitulada Infinita Possibilidade. Desenhos e Obras com Espelhos 1974-2014, foi comissariada pela diretora do museu de arte contemporânea de Serralves e antiga curadora do Guggenheim de Abu Dhabi, Suzanne Cotter, e esteve no Porto de outubro de 2014 a janeiro deste ano.

"Esta apresentação da exposição em Nova Iorque é demonstrativa da qualidade do trabalho curatorial desenvolvido pelo museu de Serralves e também do trabalho continuado de internacionalização e de desenvolvimento de laços com os grandes museus de todo o mundo", sublinhou, em comunicado, a instituição.

Aquando da inauguração da exposição no Porto, a diretora do museu disse aos jornalistas que foram precisos dois anos para preparar a exibição, que reúne 80 peças da artista de 90 anos, na maioria propriedade da própria Monir e sem serem vistas desde 1970.

A exposição procura traçar um "começo, uma interrupção e um regresso", explicou Cotter, tendo por base a vivência de décadas de Monir Shahroudy Farmanfarmaian em Nova Iorque, onde viveu não só entre 1945 e 1957, mas também onde se exilou depois de abandonar Teerão em 1979, cidade à qual regressou há 10 anos.

Assim, grande parte dos trabalhos expostos assenta em obras realizadas na década de 1970 e, numa segunda fase, já no século XXI.

As peças em exposição "incluem alguns dos seus primeiros relevos em espelho sobre gesso e sobre madeira e uma série de obras geométricas com espelhos em grande escala".

"É uma travessia pela carreira de uma artista", referiu a diretora do museu, realçando a importância de mostrar que "a ideia de arte moderna não é exclusiva do Ocidente", sendo necessário dar resposta à pergunta de "quem são esses outros artistas".

Nascida em Qazin, no Irão, há 90 anos, Monir Shahroudy Farmanfarmaian frequentou a Faculdade de Belas Artes de Teerão a partir de 1944, de onde se mudou para Nova Iorque para estudar e trabalhar como ilustradora 'freelancer' para a Vogue.

"Em Nova Iorque, o seu grupo de amigos compreendia os artistas Milton Avery, Willem de Koonig, Joan Mitchell e Andy Warhol, entre outros. Regressou ao Irão em 1957 e decidiu viajar pelo país, aprofundando a sua sensibilidade artística através de encontros com artesãos tradicionais", pode ler-se na biografia da artista.

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