Só custou marcar o primeiro na vitória anunciada do Sporting

O Sporting garantiu esta quinta-feira os primeiros três pontos no grupo E da Liga Europa ao vencer o Qarabag, do Azerbaijão, por 2-0. Uma partida em que a superioridade da equipa de José Peseiro nunca esteve em causa, perante um adversário que procurou ao máximo retardar o primeiro golo leonino através de uma boa organização defensiva.

Tal como se esperava, face à previsível diferença na qualidade das equipas, os leões entraram na partida a ter a iniciativa de jogo, procurando abrir os caminhos para a baliza por Nani e Raphinha, os extremos que, no entanto, começaram por sentir alguns problemas face às marcações de que eram alvo.

Foi no entanto através de um livre direto de Mathieu, que reapareceu na equipa após um mês lesionado, que o Sporting criou a primeira grande oportunidade para marcar, mas Vagner, antigo guarda-redes do Estoril e do Boavista, voou para uma excelente defesa para canto. O defesa francês era o jogador mais perigoso em ações ofensivas, sobretudo na sequência de bolas paradas.

Em ataque planeado, o Sporting sentia muitas dificuldades em entrar na área do Qarabag, tendo procurado por isso várias vezes os cruzamentos que invariavelmente não saiam direcionados, até porque Fredy Montero foi "escondido" pelos centrais contrários.

O avançado colombiano teve uma noite cinzenta, por vezes parecendo perdido na área e quando a bola lhe chegava mostrava-se pouco esclarecido. A prova disso foi um lance já perto do intervalo, quando Mathieu apareceu como se fosse um extremo esquerdo e fez um cruzamento rasteiro para a pequena área, que Montero optou por recorrer a um toque de calcanhar quando tinha o guarda-redes em cima dele... podia e devia ter feito muito melhor.

O intervalo surgiu com um natural 0-0, até porque apesar do domínio poucas situações claras de golo tiveram, já o Qarabag só ameaçou verdadeiramente a baliza de Salin numa ocasião, depois de um passe disparatado de Ristovski perto da sua área.

Na segunda parte, o cariz do jogo não mudou muito e aos 54 minutos Nani tirou da cartola um cruzamento rasteiro para o segundo poste, que apanhou a defesa azeri desprevinida, aparecendo Raphinha a abrir o marcador. Estava feito o mais difícil, o Sporting colocava-se em vantagem e percebeu-se então que dificilmente não garantiria os três pontos.

Ainda assim, um erro de Gudelj, que se estreou como titular, quase permitia a surpresa em Alvalade, valendo Salin a fazer uma defesa complicada perante o suíço Emeghara. E do Qarabag pouco mais se viu... Sem criar muitas oportunidades, percebia-se que o Sporting poderia dilatar o marcador a qualquer momento.

Mas a noite tranquila dos leões foi estragada aos 74 minutos, quando Mathieu sentiu uma dor numa perna e sentou-se no relvado com as mãos na cabeça. O francês voltava a lesionar-se, naquilo que parece ter sido uma nova lesão muscular, para desespero de José Peseiro, que não queria acreditar em tamanho azar. Ainda para mais o defesa até estava a ser um dos melhores da equipa em campo.

Na ponta final da partida, Ristovski esteve perto de fazer um inédito golo de cabeça, mas acabou por ser o miúdo da moda em Alvalade a fazer a diferença. Jovane Cabral entrou a substituir Nani aos 86 minutos e na praticamente primeira vez que tocou na bola fez o 2-0. Um lance em que todo o mérito é de... Montero, que roubou a bola Guseynov, que tinha a situação controlada junto à bandeirola de canto, colocou em Raphinha que só teve de cruzar para Jovane, que estava sozinho para encostar no coração da grande área. Uma estreia de sonho nas competições europeias.

O Sporting cumpriu assim o objetivo a que estava "obrigado" nesta partida com o Qarabag, equipa dominadora no Azerbaijão mas com pouca expressão a nível europeu, e coloca-se na liderança do grupo a par do Arsenal, as duas equipas candidatas ao apuramento.

O extremo brasileiro marcou pelo segundo jogo consecutivo ao serviço do Sporting, tendo sido um dos jogadores que mais procurou baralhar a defesa do Qarabag através da sua velocidade. Abriu o marcador num lance em que apareceu no segundo poste, revelando uma excelente perceção daquilo que Nani ia fazer. E depois ofereceu o segundo golo para Jovane Cabral brilhar. Além de ter sido decisivo em ações ofensivas, ainda foi precioso a ajudar a defender, como o provam os cinco desarmes que fez.

O FILME DO JOGO