Gripe. Tempos de espera nas urgências já chegam às oito horas

Os casos mais gritantes são os hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, e o Amadora-Sintra
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A epidemia de gripe deve chegar na próxima semana, como alertou a Direção-geral da Saúde, mas já há hospitais da região de Lisboa com as urgências entupidas. Na madrugada de sexta-feira para sábado, registaram tempos de espera superiores a quatro horas para casos urgentes e oito horas para os menos urgentes. O Beatriz Ângelo, em Loures, e o Amadora-Sintra eram os casos mais gritantes, de acordo como portal do Ministério da Saúde que mede os tempos médios de espera nas unidades hospitalares.

O Beatriz Ângelo esteve com tempos de espera que chegaram às 4 horas e meia nos casos urgentes e oito horas para os menos urgentes. Às 10:00 deste sábado, estavam para ser atendidos 18 doentes com pulseira verde, dois deles com cinco horas de espera. Depois de serem atendidos, a espera desceu para cerca de três horas.

De acordo com fonte oficial do hospital de Loures, esta situação deve-se também ao facto do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) ter deixado de encaminhar doentes para outras urgências, nomeadamente para o Amadora-Sintra e São José. Este último terá estado cerca de três horas sem receber utentes encaminhados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes.

Nos últimos dias, as urgências do hospital de Loures têm registado uma afluência muito elevada. No dia 2 de janeiro recebeu 464 pessoas, a 3 de janeiro 432 e sexta-feira 393. Isto quando a média anual é de uma afluência diária de 350 doentes.

Esta sexta-feira, às 22 horas, havia cerca de 100 doentes à espera de serem atendidos, o que mostra uma forte procura das urgências.

No caso do Amadora-Sintra, os casos urgentes tiveram esta noite uma média de espera de uma hora e quarenta e nove minutos e os menos urgentes chegaram às oito horas. Esta manhã, o tempo de espera para os menos urgentes desceu para cinco horas e 18 minutos.

Nos restantes hospitais da região de Lisboa - Santa Maria, São José e Garcia de Orta, em Almada - esta manhã a situação não foge aos parâmetros normais.

O conselho da DGS: primeiro ligue 808242424

Com o pico da gripe - que deverá chegar na próxima semana já que está com atividade tardia - a afluência às urgências hospitalares tenderá a aumentar. Nesse sentido, a Direção-geral da Saúde e o ministério já alertaram os portugueses para que não acorram imediatamente às urgências.

"A primeira porta de entrada no sistema de saúde, nesta altura, é o SNS24, através do número 808242424", disse a diretora-geral, Graça Freitas, sublinhando que nessa linha há enfermeiros treinados para fazer a triagem e que as pessoas podem ser tratadas em casa ou nos Centros de Saúde.

Aliás, os centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo começaram esta terça-feira a ativar os seus planos de contingência devido ao frio, reforçando equipas e alargando os horários.

E este sábado, a ministra da Saúde anunciou a contratação de 450 enfermeiros e 400 assistentes operacionais. E fez questão de salientar que estes profissionais, a contratar de imediato, já poderão dar resposta à doenças associadas ao inverno, como a gripe e as doenças respiratórias.

Um dos alertas da DGS prende-se com a necessidade de as pessoas se protegerem do frio por este ser o "período do ano de maior atividade para desenvolver fatores de risco". Graça Freitas aconselhou também as pessoas a não tomarem antibióticos por iniciativa própria, porque não são eficientes em doenças que são virais, a protegerem-se do frio e a hidratarem-se.

Por seu turno, o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMP), Ricardo Mexia, aconselhou as pessoas a vacinarem-se contra a gripe, por ser a forma mais eficaz de combater a doença. E também ele alerta para a importância de se recorrer em primeiro lugar à linha Saúde24.

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