Griezmann vai lutar contra o número maldito do Barcelona

Foi após uma votação em família que o avançado francês decidiu usar a camisola assombrada por muitos flops que representaram os <em>blaugrana</em>. Da extensa lista, apenas Pedro Rodríguez conseguiu uma carreira longa e produtiva no clube catalão.
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O número sete sempre foi o preferido de Antoine Griezmann, mas até agora apenas na sua primeira época como jogador profissional, aos 18 anos, não o pode usar: foi na Real Sociedad quando teve de escolher o 27 porque o seu dorsal preferido era "propriedade" do camaronês Franck Songo'o. Dez anos depois, a história repete-se. A transferência para o Barcelona obriga-o a mudar de número, pois a camisola sete é do brasileiro Philippe Coutinho.

O próprio avançado francês revelou na conferência de imprensa de apresentação no Barça que foi por votação familiar que ficou decidido que passaria a usar a... 17.

Na prática, Pedro Rodríguez foi o único jogador do Barcelona que teve sucesso usando a camisola 17. O avançado, que atualmente representa o Chelsea, usou este número durante quatro épocas, passando depois para o 7 quando David Villa deixou o clube. No total, o futebolista formado nas escolas do Barça atingiu a impressionante marca de 99 golos em 321 jogos em oito épocas no clube catalão.

Esta foi, na prática, a exceção à regra. O primeiro a utilizar o 17 foi o nigeriano Emmanuel Amunike, contratado por Bobby Robson ao Sporting em 1996. O extremo fez apenas 26 jogos em quatro épocas de blaugrana, tendo sido vítima de inúmeras lesões.

O canterano Albert Celades foi o seguinte portador do número maldito. O médio prometeu muito, mas acabou por não confirmar aquilo que esperavam dele, apesar de ter superado a centena de jogos no Barcelona. Só que para agravar a situação acabou por jogar no Real Madrid, que é sempre encarado como uma traição no Camp Nou.

Em 1997/98, chegou ao Barcelona Winston Bogarde, um defesa que vinha rotulado de grande estrela do Ajax campeão da Europa dois anos antes. Foi Louis van Gaal que o contratou, mas este central nunca caiu nas boas graças dos adeptos nas três épocas que esteve no clube, durante as quais fez 61 jogos.

No verão de 2000, foi a vez do médio Emmanuel Petit ser contratado ao Arsenal, onde era uma estrela. Chegava com o rótulo de campeão do mundo pela França dois anos antes, mas apenas ficou uma época no Barcelona, pois apesar de ser habitualmente titular nunca conseguiu convercer e acabou por fazer apenas uma época.

Outro francês herdou a camisola 17: o defesa-central Phillipe Christanval. Tinha apenas 23 anos e chegava do Mónaco, por 17 milhões de euros, onde era considerado uma grande promessa do futebol europeu. Mas o resultado foi péssimo, sendo ainda hoje considerado uma das piores contratações da história do Barcelona.

O senhor que se seguiu acabou por ser outra grande desilusão. O médio Gaizka Mendieta tinha sido estrela do Valência antes de ser transferido por 48 milhões de euros para a Lazio em 2001, um ano depois o clube italiano aceitou emprestá-lo ao Barcelona. É certo que acabou por fazer 46 jogos no Barça, mas a equipa ficou em sexto lugar na Liga espanhola e o internacional espanhol foi recambiado para Itália.

Melhor fez Mark van Bommel, médio holandês que em 2005 chegou a custo zero do PSV Eindhoven. Já tinha 29 anos e acabou por fazer uma boa temporada numa equipa que tinha Deco, Ronaldinho, Samuel Eto'o e um jovem chamado Messi. Só que a sua estadia no Camp Nou foi fugaz, uma vez que um ano depois foi vendido ao Bayern Munique por seis milhões de euros.

Seguiu-se o mexicano Giovanni dos Santos, a quem chamavam de novo Ronaldinho Gaúcho, assumiu o peso da 17. Para variar, aguentou apenas um ano na equipa principal. O avançado estava muito longe de se aproximar da estrela brasileira e acabou por sair para o Tottenham.

Foi já depois de Pedro Rodríguez que o número maldito foi entregue a Alex Song, médio camaronês que chegava do Arsenal, onde se tinha destacado sob o comando do treinador Arsène Wenger. Mas as suas exibições acabaram por ser demasiado pobres para os parametros de um clube como o Barcelona, ainda assim esteve no clube duas épocas onde nunca se assumiu como titular.

Também com passagens fugazes pelo Barça, Munir El-Haddadi, jovem extremo das camadas jovens do clube, e Paco Alcâcer, contratado em 2015 ao Valência quando o treinador Luis Enrique procurava desesperadamente por um ponta-de-lança, foram mais dois fiascos no clube catalão, que usaram a 17.

O último portador do número maldito foi o defesa colombiano Jeison Murillo, emprestado em janeiro deste ano pelo Valência ao Barcelona. Fez apenas quatro jogos com a camisola blaugrana e foi devolvido à procedência.

Tem agora a palavra Antoine Griezmann, de 28 anos, que trocou o Atlético de Madrid pelo Barcelona depois de pagar a cláusula de rescisão no valor de 120 milhões de euros.

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