Greve/Médicos: BE e PCP solidários com médicos em protesto

O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português solidarizaram-se com a luta dos médicos na "defesa do Serviço Nacional de Saúde", marcando presença na concentração de hoje junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
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O deputado do Bloco de Esquerda, Moisés Ferreira, apontou a incapacidade de atuação do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que acusou de "não querer fazer nada".

"Não basta ter o ministro da Saúde a dizer que os profissionais têm razão e depois não faz nada para ir ao encontro das reivindicações dos profissionais. A decisão política depende dele próprio e do Governo do qual faz parte. Se realmente acha que os profissionais têm razão, tem que a dar na prática, o problema é que não está a querer fazê-lo", afirmou Moisés Ferreira.

A deputada do Partido Comunista Português, Paula Santos, lembrou que os problemas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) "vêm de há vários Governos" e que é necessário "investir nos meios e materiais técnicos e na valorização dos profissionais".

"Tem havido um ataque sistematizado ao SNS pelas políticas que têm sido adotadas e vão no sentido do desinvestimento e desvalorização. É necessário investir no reforço das condições ao nível dos cuidados de saúde primários e dos cuidados hospitalares, investir nos meios e materiais técnicos para que a resposta do SNS seja de qualidade e qualificada", disse.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, discursou durante a concentração dos médicos e apelou para o "bom senso" da tutela da saúde.

"É necessário o Ministério da Saúde ter o bom senso, juntamente com o Governo, para encontrar resposta para os problemas que já foram apresentados há dois anos e continuam sem qualquer solução", defendeu.

Os médicos iniciaram hoje às 00:00 três dias de greve nacional.

A reivindicação essencial é "a defesa do Serviço Nacional de Saúde" e o respeito pela dignidade da profissão médica, segundo os dois sindicatos que convocaram a paralisação -- o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Em termos mais concretos, os sindicatos querem uma redução do trabalho suplementar de 200 para 150 horas anuais, uma redução progressiva até 12 horas semanais de trabalho em urgência e uma diminuição gradual das listas de utentes dos médicos de família até 1.500 utentes, quando atualmente são de cerca de 1.900 doentes.

Entre os motivos da greve estão ainda a revisão das carreiras médicas e respetivas grelhas salariais, o descongelamento da progressão da carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma.

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