Greve. Tripulantes da Ryanair estão a ser controlados nos aeroportos

Autoridade para as Condições de Trabalho tem inspetores em três bases nacionais da empresa irlandesa a confirmar se as tripulações que aceitaram voar estão legais. Foram cancelados pelo menos 30 em 48 voos
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Os inspetores da Autoridade para as Condições de Trabalho têm estado esta quarta-feira a verificar os passaportes e os cartões de tripulante dos funcionários da Ryanair que se apresentem para voar neste primeiro dia de greve dos trabalhadores da empresa irlandesa, adiantou ao DN fonte do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.

Esta paralisação de dois dias que juntou tripulantes de Portugal, Espanha e Bélgica - em Itália é de apenas 24 horas - levou ao cancelamento de mais de 600 voos. Em Portugal, de acordo com os dados fornecidos ao DN pelo SNPVAC foram canceladas pelo menos 30 ligações das 48 previstas. Em Lisboa dos voos 10 previstos seis não se realizaram; no Porto foram 14 dos 22 planeados e em Faro foram cancelados 10 das 16 ligações previstas.

A greve, que tem como objetivo a melhoria de condições de trabalho e a adequação dos contratos de trabalho à legislação de cada país em vez de se regerem pela irlandesa, já tem um novo pré-aviso. Desta feita para 3 de agosto e decretada pelos pilotos com base na Irlanda.

A empresa não tem efetuado comentários ao protesto dos tripulantes de cabine, tendo apenas publicado três mensagens na rede social Twitter. Numa primeira pede desculpa aos "50,000 passageiros belgas, espanhóis e portugueses cujos voos foram cancelados esta quarta-feira (e a todos cujos voos foram recolocados durante o fim de semana) devido à greve de alguns dos nossos tripulantes de cabine. Não há problemas nesses países e todos os voos previstos estão a operar normalmente".

Num outro reconhece que problemas com o staff das bases francesas, alemãs, gregas e do Reino Unido "levaram a atrasos em 50 dos 345 voos com partidas previstas para esta manhã. Pedimos desculpa por esses atrasos injustificados e estamos a fazer tudo para minimizar o impacte durante o resto do dia".

Segundo o SNPCAV não se registaram problemas em Portugal não tendo a empresa, ao contrário do que terá feito na primeira paralisação em final de março/início de abril, colocado a sair dos aeroportos nacionais tripulantes chamadas de outras bases. De qualquer forma, essa é uma das situações que a ACT está a controlar, garantiu o sindicato.

O DN contactou a ACT, que respondeu por email ao fim do dia, confirmando as ações de fiscalização: "A ACT está a acompanhar a situação de greve convocada para os dias 25 e 26 de julho, estando a desenvolver intervenções inspetivas nos três aeroportos do território continental: Lisboa, Porto e Faro, com vista a verificar a existência de eventuais irregularidades", lê-se em comunicado enviado ao DN.

Entretanto, a marcação de uma greve para 3 de agosto surgiu depois de a companhia aérea de baixo custo ter apresentado um plano para reduzir em 20%, de 30 a 24 aviões, a sua frota na Irlanda, a partir de outubro, e com a possível supressão de 300 postos de trabalho.

Notícia atualizada às 22:55 com resposta da ACT

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