Greve afeta comboios. Só circulam serviços mínimos de Lisboa e Porto

Greve dos trabalhadores das Infraestruturas de Portugal está a provocar "fortes perturbações" na circulação de comboios, alerta a CP. Sindicato afirma que no período da manhã mais de 80% dos trabalhadores aderiram à greve e que a maioria dos comboios não circulou
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Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem esta quarta-feira um dia de greve, depois de não terem chegado a acordo com o Governo, numa reunião que teve lugar na terça-feira. Os sindicatos exigem que a administração da empresa e o Governo concretizem o acordo coletivo de trabalho e cheguem a acordo sobre um regulamento de carreiras.

Entre a meia-noite e as oito da manhã desta quarta-feira só circularam alguns comboios urbanos de Lisboa e do Porto, segundo confirmou fonte da CP ao DN.Apenas 33% dos comboios previstos estiveram em circulação: 65 urbanos em Lisboa e 19 no Porto. Os comboios regionais e de longo curso foram suprimidos.

Às 10 horas a situação mantinha-se, e apenas os serviços urbanos das duas cidades circulavam-se. Dos 453 comboios programados, apenas circularam 143, o que responde a cerca de um terço da atividade.

José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transporte e Comunicações (Fectrans), afirmou nesta manhã ao DN que a adesão dos trabalhadores à greve neste primeiro período ultrapassa os 80% e estende-se também às áreas menos visíveis da IP, como as de logística e estrada.

"A maioria dos comboios neste período da manhã não circulou." Como exemplo, o coordenador dizia que na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, quem olhasse para os painéis das chegadas via que todos os comboios até às 8.20 foram suprimidos, incluindo Alfa Pendular e Intercidades. "Esse vai ser o cenário ao longo do dia." José Manuel Oliveira dava ainda conta de que também existem supressões na Fertagus.

As perturbações nos comboios refletem-se no trânsito desta manhã.

A CP - Comboios de Portugal alertou para "fortes perturbações na circulação" devido à greve na IP, face à previsão de "supressões de comboios a nível nacional em todos os serviços". A empresa alertou ainda para que "não serão disponibilizados transportes alternativos".

A paralisação que afeta comboios de passageiros e de mercadorias contará com serviços mínimos, definidos pelo tribunal arbitral, tendo sido subscrita por 14 organizações sindicais.

Estão abrangidos, nos serviços mínimos, os encaminhamentos para o destino de comboios a circular ao início da greve, os comboios socorro e aqueles que transportem matérias perigosas, jet fuel, carvão e bens perecíveis.

Nesta manhã, as perturbações causadas pela paralisação têm sido assunto para alguns utentes nas redes sociais.

"Não houve acordo. É um processo que vai levar algum tempo. Houve muito pouca evolução", afirmou à agência Lusa José Manuel Oliveira, no final da reunião de terça-feira, no Ministério do Planeamento e Infraestruturas.

Assim, acrescentou, mantêm-se os motivos para a greve de hoje.

Os sindicatos querem "respostas às propostas sindicais tanto da parte da empresa como do Governo" em relação à negociação do acordo coletivo, disse José Manuel Oliveira.

"A empresa e o Governo pretendem fazer uma negociação sem a valorização salarial e profissional dos trabalhadores", defendeu o dirigente sindical, na segunda-feira, acrescentando que "há uma grande distância" entre as posições dos sindicatos e da IP para que seja possível um acordo.

Atualizado às 10.50

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