Grande promessa do ciclismo mundial cai de uma ponte na Volta à Lombardia

Ciclista belga Remco Evenepoel sofreu um grave acidente neste sábado durante a Volta à Lombardia
Publicado a
Atualizado a

O ciclista belga Remco Evenepoel sofreu este sábado um grave acidente neste sábado durante a Volta à Lombardia (Itália), ao cair de cabeça do alto de uma ponte.

O corredor da Deceuninck-QuickStep sofreu uma fratura na pélvis e uma contusão no pulmão direito na sequência de uma queda durante a Volta à Lombardia, anunciou a equipa.

"Infelizmente, os raios X mostram uma fratura na pélvis e uma contusão no pulmão direito, o que manterá Evenepoel de fora nos próximos tempos. Continuará no hospital esta noite sob observação antes de viajar para a Bélgica no domingo", pode ler-se num comunicado da equipa belga.

As primeiras imagens, tiradas por um fotógrafo da AFP, mostram o belga de 20 anos consciente e a sofrer com dores.

Vinte minutos após o acidente, Evenepoel foi transportado de ambulância, com um colar cervical "por precaução", para o hospital de Como e, segundo a equipa, esteve "sempre consciente" durante o percurso, sendo submetido a exames à chegada.

A equipa não esclareceu o período em que Evenepoel estará de fora, numa altura em que se preparava para a estreia em 'grandes Voltas' em 03 de outubro, no arranque da Volta a Itália.

"Está consciente, nas mãos dos médicos e neste momento está a caminho do hospital", tinha anunciado na altura a equipa Deceuninck-QuickStep no Twitter.

O mesmo disse o diretor de comunicação da equipa em declarações à Eurosport: "Sofreu um forte golpe na perna direita, mas nunca perdeu a lucidez e respondeu a todas as perguntas do médico, que foi quem o ajudou."

Mais tarde, Deceuninck-QuickStep agradeceu o "o apoio e os melhores desejos" aos fãs e pediu para se evitarem especulações sobre o estado de saúde do ciclista. "Quando tivermos alguma atualização, iremos partilhá-la convosco", assegurou a equipa.

Evenepoel integra um grupo de sete ciclistas que lideravam a prova de cinquenta quilómetros da Volta à Lombardia.

Os ciclistas percorriam em alta velocidade um troço de descida da prova, quando Evenepoel caiu do alto de uma ponte.

Evenepoel, nascido em Aalst, na Bélgica, a 25 de janeiro de 2000, venceu quase todas as corridas que disputou como profissional. A grande promessa do ciclismo e esperança da Bélgica - um país que adora a modalidade e que há 44 anos não tem nenhum ciclista a vencer o Tour - venceu a Volta ao Algarve em fevereiro, além de outras corridas internacionais.

As qualidades do belga o levaram-no a saltar a categoria sub-23, comum no ciclismo. O seu registo de vitórias é impressionante: aos 18 anos conquistou o Europeu de Juniores, após uma fuga de 100 quilómetros, tendo chegado à meta dez minutos antes do pelotão e também venceu o Contrarrelógio Europeu Júnior e duas Taças do Mundo.

Jakob Fuglsang vence isolado

Entretanto, o dinamarquês Jakob Fuglsang (Astana) venceu este sábado a 114.ª edição da Volta à Lombardia em bicicleta, conquistando o seu segundo monumento com 27 segundos de vantagem para o neozelandês George Bennett (Jumbo-Visma), segundo.

Aos 35 anos, e depois de vencer a Liège-Bastogne-Liège de 2019, o dinamarquês soma o segundo monumento da carreira, ao impor-se com autoridade na Il Lombardia, cujos 231 quilómetros da 114.ª edição cumpriu ao cabo de 5:32.53 horas.

Apoiado pelo colega de equipa russo Aleksandr Vlasov, que acabou em terceiro, o dinamarquês conseguiu manter-se na roda de Bennett, que ameaçava a vitória, antes de deixar para trás o neozelandês a 6,2 quilómetros da meta.

O primeiro dinamarquês a ganhar na Lombardia tinha sido quarto em 2019 e este sábado melhorou o registo, num dia marcado por quedas e acontecimentos atípicos, como o que sucedeu ao alemão Maximilian Schachmann (BORA-hansgrohe), que foi sétimo mesmo tendo embatido num carro que entrou na estrada destinada à corrida já nos últimos quilómetros.

De fora do pódio final ficou o holandês Bauke Mollema (Trek Segafredo), que defendia a vitória conquistada em 2019, tendo terminado em quarto lugar o percurso entre Bérgamo e o Lago Como.

Mollema ficou à frente de dois colegas de equipa italianos: Giulio Ciccone foi quinto, enquanto Vincenzo Nibali, campeão em 2015 e 2017, foi sexto classificado, à frente de Schachmann.

O top 10 fica encerrado com o italiano Diego Ulissi (UAE Emirates), oitavo, o belga Ben Hermans (Israel Start Up Nation), nono, e o holandês Mathieu Van Der Poel (Alpecin-Fenix), 10.º.

O português Rúben Guerreiro (Education First) esteve em bom plano e terminou no 17.º posto, a 10.25 minutos do vencedor e como melhor da sua equipa, enquanto João Almeida (Deceuninck-QuickStep) não concluiu a corrida.

A clássica italiana costuma decorrer no outono, mas foi este ano antecipada para o verão devido ao reajustamento do calendário WorldTour devido à paragem causada pela pandemia de covid-19, tendo ainda decorrido no percurso mais curto em mais de cinco décadas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt