O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital afirmou que o Governo pretende alcançar na Concertação Social um compromisso que permita aumentar nas empresas os salários acima da inflação e da produtividade nos próximos anos.."Aquilo que desejamos é que os salários em Portugal possam crescer acima daquilo que é a soma da inflação e da produtividade para podermos caminhar para uma mais justa repartição dos salários no Produto Interno Bruto", disse o ministro Pedro Siza Vieira à entrada da reunião da Concertação Social, em Lisboa, sobre o acordo global e rendimentos e competitividade.."Queremos ter um compromisso, de em sede de negociação coletiva, em cada setor, quase em cada empresa, possamos caminhar no sentido de uma valorização dos salários", acrescentou o governante..A ideia é, segundo explicou, um consenso entre centrais sindicais e confederações patronais para que na negociação coletiva "e com a liberdade que ela oferece às empresas e aos sindicatos, poder haver uma valorização maior dos salários acima da tendência que tem havido nos últimos tempos"..Por outro lado, Siza Vieira defendeu que, para isso, é necessário criar condições para que as empresas possam ser mais competitivas e para aumentar a produtividade em todos os setores.."Temos de trabalhar por vários segmentos e de uma forma bastante articulada", adiantou o ministro da Economia..Segundo Siza Vieira, várias componentes fazem parte desta equação, nomeadamente o crescimento dos "salários médios e medianos" com vista a valorizar os trabalhadores mais qualificados, sobretudo os mais jovens, mas também medidas de âmbito "não salarial"..O ministro recusou que estejam em cima da mesa medidas para compensar as empresas pelos aumentos dos salários, defendendo que se trata antes de "criar condições para que a produtividade em Portugal cresça mais significativamente do que tem crescido nos últimos anos".."Precisamos de aumentar o investimento e de ter políticas públicas de apoio ao investimento, seja com instrumentos de financiamento público seja através da fiscalidade dirigida às empresas", afirmou o governante..Siza Vieira disse ainda que é preciso "apoiar e investir bastante na formação" de ativos e em "políticas de inovação", bem como "reduzir os custos de contexto das empresas"..Por sua vez, à entrada da reunião da Concertação Social, o líder da UGT, Carlos Silva, defendeu um referencial de aumento entre 3% e 4% para a negociação coletiva, enquanto o dirigente da CGTP, Arménio Carlos, voltou a dizer que está contra a definição de um referencial por considerar que levará a uma "cartelização" salarial..Na reunião da Concertação Social estão, além do ministro Siza Vieira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, o secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes.