"O PS quer aumentar despesa, o PSD reduzir impostos"

O novo outdoor do PSD, colocado esta quarta-feira na rua, é mensagem política que Rui Rio quer fazer passar até às legislativas. E é muito clara: se ganhar as eleições promete baixar impostos e pôr o país a crescer. Sexta-feira apresenta medidas fiscais para as empresas.
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"O PS quer aumentar despesa, o PSD reduzir impostos. O eleitorado que decida", diz ao DN Joaquim Sarmento. o porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD para as Finanças Públicas. A "mensagem não podia ser mais clara", garante.

Nas contas do país para os próximos quatros anos - ou as linhas gerais do quadro macroeconómico para 2019-2023 que servirá de base ao programa eleitoral - Rui Rio é mais otimista do que o Programa de Estabilidade do governo, já que coloca Portugal a crescer 4%, em vez de 3,5%. Isto porque, diz Joaquim Sarmento, há um conjunto de medidas que vão ser contempladas no programa eleitoral social-democrata que visam o investimento e as exportações.

"O que queremos fazer com esse crescimento? O governo quer investir mais na despesa pública corrente, em salários, consumos internos e prestações sociais. Nós queremos descer os impostos. É uma escolha política, que permite ao eleitorado decidir o que quer entre duas opções", sublinha Joaquim Sarmento. Esta sexta-feira ficará mais claro o modo como o PSD pretende chegar a este objetivo. O líder do PSD apresentará, no Porto, um pacote de medidas fiscais para as empresas e só mais tarde é que dirá como irá aliviar a carga fiscal das famílias caso saia vencedor das eleições de 26 de outubro.

E se a economia não crescer tanto como o previsto pelo PSD? "A nossa proposta é mais flexível porque ajustamos essa descida dos impostos ao crescimento real. Já o PS fica refém da despesa, que é muito mais rígida depois de estar prevista", diz ainda o economista.

O presidente do PSD, Rui Rio, comprometeu-se além de reduzir a carga fiscal na próxima legislatura caso vença as eleições, com o aumento do investimento público para dar aos portugueses "melhor emprego e melhores salários".

Concretamente sobre a carga fiscal, o compromisso do PSD, caso vença as legislativas de outubro, é durante os quatro anos de governação reduzi-la em 1,5 pontos percentuais do PIB.

"Está aqui uma diferença enorme para aquilo que é o PS. O primeiro-ministro já teve a oportunidade de dizer publicamente que se for reeleito jamais baixará a carga fiscal", distinguiu. Como "nunca os portugueses pagaram tantos impostos", Rui Rio admite que "não é possível reduzir a carga fiscal de uma forma abrupta porque tudo isto requer o seu equilíbrio", comprometendo-se com uma descida gradual.

"Mas é um imperativo nacional iniciar uma trajetória de redução da carga fiscal e de alívio dos impostos que os portugueses estão a pagar", insistiu. Na perspetiva de Rio, a estratégia de desenvolvimento económico "tem de assentar no crescimento pela via das exportações e do investimento".

"O Governo que está hoje em funções não está capaz de conseguir uma estratégia destas na exata medida que quer o BE quer PCP veem o capital como inimigo dos trabalhadores e os trabalhadores como inimigos do capital", criticou. O PSD compromete-se, assim, com "políticas públicas para aumentar a competitividade das empresas" e "aumentar o investimento público que, como se sabe, durante a governação do PS atingiu o patamar mais baixo dos últimos anos, representa 2% do PIB".

"Connosco passará a representar, ao fim dos 4 anos, 3,2% do PIB, o que quer dizer que nós iremos fazer mais 3,6 mil milhões de euros de investimento público na próxima legislatura", garantiu.

O equilíbrio macroeconómico é outras das vertentes deste quadro macroeconómico, insistindo o líder social-democrata que a "dívida pública tem de ir descendo paulatinamente ao longo do anos". No quadro apresentado pelo PSD, o objetivo é a eliminação do défice público estrutural, prevendo-se um ligeiríssimo superavit do saldo estrutural até 2023.

"Jamais subir a dívida pública e a dívida externa, bem pelo contrário, baixar a dívida pública e a dívida externa", defendendo. O reforço da poupança é outra das apostas porque, segundo o presidente do PSD, "Portugal tem hoje a poupança aos níveis que tinha no fim dos anos 50 e no princípio dos anos 60", prevendo um conjunto de medidas para ajudar ao reforço da poupança das famílias e das empresas.

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