Governo nomeado pelo Parlamento anuncia retirada de Trípoli

Em fevereiro, o parlamento nomeou Fathi Bachagha, antigo ministro do Interior, como novo primeiro-ministro. Mas até agora não conseguiu afastar o atual executivo em Tripoli.
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O Governo da Líbia nomeado pelo parlamento anunciou hoje que se retirou da capital, sede do poder executivo rival, horas depois de ter entrado em Trípoli, o que provocou confrontos de várias horas entre grupos armados.

O serviço de imprensa deste Governo indicou, num comunicado à imprensa, que o seu primeiro-ministro, Fathi Bachagha, bem como vários dos seus ministros, "saíram de Trípoli para preservar a segurança (...) dos cidadãos", após confrontos entre grupos armados que eclodiram ao amanhecer na cidade.

A mesma fonte tinha anunciado durante a madrugada de hoje, numa nota, "a chegada do primeiro-ministro do Governo líbio, Fathi Bachagha, acompanhado por vários ministros, à capital, Tripoli, para iniciar os seus trabalhos".

Os confrontos entre grupos armados eclodiram em Tripoli pouco depois da chegada de Bachagha e durou horas, informou a agência de notícias France-Presse (AFP).

O jornalista da AFP no local não conseguiu identificar os grupos que entraram em confronto.

Em fevereiro, o Parlamento, sediado no leste do país, tinha nomeado Fathi Bachagha, antigo ministro do Interior, como novo primeiro-ministro. Mas, até agora, não conseguiu afastar o atual executivo em Tripoli, liderado pelo empresário Abdelhamid Dbeibah, que tem dito repetidamente que apenas entregaria o poder a um Governo eleito.

O Governo de Abdelhamid Dbeibah nasceu no início de 2020, após um processo político patrocinado pela ONU, com a principal tarefa de organizar eleições parlamentares e presidenciais, inicialmente marcadas para dezembro passado, mas adiadas indefinidamente.

Os rivais políticos sustentam que o seu mandato terminou com este adiamento.

A Líbia está a lutar para emergir de mais de uma década de caos político e conflito armado, após a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, na sequência da 'Primavera Árabe', marcada por divisões entre instituições 'paralelas' no leste e no oeste do país.

A produção de petróleo, a principal fonte de receitas do país, está de novo refém das divisões políticas, com uma vaga de encerramentos forçados de explorações petrolíferas.

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