Conhecida como "bypass", esta é "uma solução mecânica que nunca foi tentada em Portugal e tem, naturalmente, de ser bem avaliada" antes de se avançar para a sua eventual aplicação, disse João Matos Fernandes, no final de uma visita aos trabalhos de reforço dunar na praia da Cova Gala.."Pode ser o 'bypass' uma boa solução? Vamos estudá-la e é isso exatamente o que estamos a fazer", afirmou, em declarações à agência Lusa..O ministro do Ambiente e da Transição Energética, que esteve no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, na companhia da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e outros governantes, retomou ideias que defendeu ao intervir no Espaço Cultural e de Convívio dos Pescadores de São Pedro, no Portinho da Gala..Por duas vezes, na zona dunar e à entrada desta sessão, em que os "projetos de mitigação dos riscos de erosão costeira, cheias e inundações" foram apresentados pelo vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, o ministro do Ambiente foi interpelado por ativistas do SOS Cabedelo, que preconizam a reposição de 10 milhões de toneladas de inertes, nas praias a sul do Mondego, pelo método 'bypass'.."Eu não sinto que haja aqui nenhuma divergência de fundo" com os membros do movimento, disse, mencionado a existência de "documentos que falam" dessa solução..Na sua opinião, a transferência de areias através deste sistema dos locais onde existe areia em demasia, como acontece na praia da Figueira da Foz, entre o cabo Mondego e o primeiro esporão a sul, "parece de facto o ovo de Colombo".."A verdade de cientistas que muito estimo, num trabalho feito para todo o litoral, não é a verdade revelada", constituindo as suas palavras "uma opinião que muito consideramos", acentuou..Mas o Governo vai "ter de avaliar caso a caso", indicou à Lusa Matos Fernandes, após trocar algumas impressões com os ambientalistas.."Vamos ver se há condições técnicas e se é ou não é uma boa decisão. Por nós, não temos aqui nenhum preconceito", acrescentou..Depois de o esporão 5, na Cova Gala, ter sido afetado pelas ondas do mar, o Governo decidiu "intervir depressa e intervir bem", utilizando "apenas métodos de engenharia natural" e transferindo inertes da dragagem para a zona.."Não se resolvem estes problemas despejando pedras no areal", disse o ministro do Ambiente, numa sessão em que a APA apresentou uma aplicação para telemóveis para os frequentadores das águas balneares..A ministra do Mar, por sua vez, realçou que iniciativas como a de hoje e a Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente - Horizonte 2026 vão contribuir "para a sustentabilidade das pessoas, das instituições e das gerações futuras"..O Estado vai investir 19,4 milhões de euros na "melhoria da segurança e operacionalidade na entrada do Porto da Figueira da Foz", uma intervenção que "permitirá a remoção de três milhões de metros cúbicos de dragados da zona a norte do molhe norte do porto", que irão "alimentar os troços costeiros da zona sul", disse..Segundo Ana Paula Vitorino, os trabalhos começam em 2020, ao abrigo de numa parceria entre a Administração do Porto da Figueira da Foz, a APA e a Câmara da Figueira da Foz.