Governo espanhol decidiu que Franco vai ser exumado a 10 de junho
Os restos mortais de Francisco Franco vão mesmo ser exumados do Vale dos Caídos, complexo de edifícios idealizado pelo antigo ditador espanhol, apesar da oposição da sua família. A notícia foi avançada pelo El País e confirmada por Carmen Calvo, número 2 do governo de Pedro Sánchez, após o Conselho de Ministros desta sexta-feira. O plano é que a exumação aconteça a 10 de junho e que os restos mortais sejam transportados para o cemitério El Pardo, a 15 quilómetros de Madrid.
Há cerca de um mês, o executivo espanhol deu um prazo de 15 dias à família de Franco para escolher um local, avisando que a catedral La Almudena estava fora de questão, para evitar homenagens ao antigo chefe de Estado espanhol e também por motivos de ordem pública. A confirmar-se o objetivo do governo espanhol, Franco será sepultado na mesma cripta onde se encontra a mulher, Carmen Polo, explica o El Español.
No entanto, a família de Franco não aceitou o prazo dado pelo governo espanhol e já recorreu para o Supremo espanhol, pedindo que a ação legal tivesse efeitos suspensivos relativamente à exumação. A decisão do executivo espanhol, assente na aprovação do parlamento espanhol, em setembro de 2018, da exumação dos restos mortais do ditador está, assim, dependente da decisão dos magistrados.
O antigo ditador espanhol está sepultado no Vale dos Caídos, a 40 quilómetros de Madrid, um complexo de edifícios de grande dimensão idealizado e erigido por Francisco Franco, com a intenção de homenagear as vítimas da Guerra Civil. O túmulo de Franco está ao lado do fundador do partido fascista Falange, José Antonio Primo de Rivera. Alegando uma "reconciliação" nacional, Franco transferiu os restos mortais de 37 mil vítimas - nacionalistas e republicanos - da guerra civil, para o local que é visto como símbolo da ditadura franquista.
Francisco Franco Bahamonde foi um militar, integrante do golpe de Estado que em 1936 deu início à Guerra Civil Espanhola. Exerceu desde 1938 o lugar de chefe de Estado, até morrer em 1975. Antes de morrer, Franco restabeleceu a monarquia e deixou o rei Juan Carlos como seu sucessor. Coube ao monarca (hoje emérito após abdicar para o filho Felipe) realizar a transição de Espanha para um sistema democrático.