O secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna garantiu esta quinta-feira a disponibilidade do Governo para atribuir aos polícias um subsídio de risco com valor de "alguma dignidade", mas num quadro "realista".."Temos de ser realistas. Uma coisa é a gente ter capacidade financeira para acomodar aquilo que eles [os sindicatos] pretendem. Outra coisa é nós termos vontade de que efetivamente exista um subsídio de risco e com um valor que tenha alguma dignidade", afirmou Antero Luís, que falava aos jornalistas na Maia, Porto, onde assistiu à destruição de armas apreendidas ou entregues às polícias..O secretário de Estado insistiu que a proposta que o Governo já fez aos sindicatos "não é uma proposta fechada" e que vai ouvi-los novamente no dia 21.."Há uma norma no Orçamento do Estado que prevê um subsídio de risco para ser pago no próximo ano aos profissionais das forças de segurança. Aplica-se a todos os polícias, ainda que os valores possam ser diferenciados e é um suplemento, isto é, pago 14 meses por ano. Estes são os princípios que temos assentes do ponto de vista da negociação. O valor é um assunto que ainda está em aberto e que iremos discutir com os sindicatos no âmbito do diálogo social", frisou..A mesma norma do Orçamento do Estado, assinalou Antero Luís, prevê que haja uma revisão global dos suplementos, acrescentando: "Se for possível faremos essa revisão global, inserindo nela a componente de risco"..Treze estruturas sindicais da PSP e associações socioprofissionais da GNR exigiram um subsídio de risco no valor de 430,39 euros e prometem avançar com formas de luta caso o Governo não responda a esta reivindicação.."Seremos intransigentes no valor de 430,39 euros -- indexado ao índice de apoio social -- por representar o valor que este mesmo Governo calculou para o risco devido a outros polícias, pelo que, tendo em conta o princípio da universidade e da justiça não poderemos ter um valor de risco menor", refere um comunicado conjunto destas 13 estruturas, emitido após uma reunião realizada esta semana..As três associações socioprofissionais da Guarda Nacional Republicana e os 10 sindicatos da Polícia de Segurança Pública consideram que "o suplemento atribuir deverá versar exclusivamente o risco" e não admitem "a sua acumulação com outro tipo de compensação remuneratória"..O comunicado conjunto das 13 das 16 estruturas que representam os elementos da PSP e da GNR sublinha que "não se admite uma postura governativa que não incorpore os valores de seriedade e da justiça" e avança que "os profissionais das forças de segurança vão adequar a sua luta nas formas e circunstâncias que o momento justifica"..Esta reunião entre as associações socioprofissionais e sindicatos da GNR e da PSP aconteceu após o Ministério da Administração Interna (MAI) não ter apresentado um valor único para o subsídio de risco, mas sim ter avançando com um novo suplemento por serviço de risco nas forças de segurança, que substituirá o atual suplemento por serviço e que contempla a majoração do valor consoante as funções desempenhadas pelos polícias..De acordo com o MAI, a proposta para a componente fixa do suplemento por serviço nas forças de Segurança (atualmente de 31 euros) prevê 100 euros por mês para os elementos em funções de ronda e patrulha, 90 euros para quem têm funções de comando e 80 euros para os restantes operacionais da PSP e GNR, significando, na prática, um aumento de 68, 59 e 48 euros respetivamente..Apesar de terem estado presentes na reunião, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) e Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG) não subscrevem este comunicado conjunto..No final da semana passada, a ASPP e a APG tinham emitido um comunicado para dar conta que vão apresentar ao Governo uma contraproposta que prevê o pagamento faseado do subsídio de risco até 2024..Em janeiro de 2022 seriam pagos 200 euros, em 2023 aumentava para 300 euros, fixando-se em 2024 nos 400 euros.