Governo desconhece posição da Finlândia, diz ministro
"Até ao dia 5 de maio, o Governo tomará uma posição relativamente à forma de saída do programa. Isso tem uma razão de ser, o dia 5 não é nenhum dia cabalístico: é porque há nessa altura uma reunião do Eurogrupo, é o último Eurogrupo antes do final do programa", afirmou Luís Marques Guedes, no final do Conselho de Ministros.
O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares referiu que "foi no último Eurogrupo antes do encerramento do programa, salvo erro, que foi colocado por parte do Governo irlandês qual é que era a opção que o Governo irlandês tomava", acrescentando: "Assim acontecerá também com Portugal."
Segundo Luís Marques Guedes, que participou nas reuniões do primeiro-ministro com os partidos políticos realizadas na terça-feira, foi esta a informação transmitida nesses encontros.
Sublinhando que está marcada uma reunião do Eurogrupo para "5 ou no dia 6 de maio", o ministro disse que "o dia 5 foi citado exatamente por essa circunstância".
"Até lá, o Governo tomará uma posição sobre essa matéria e dará conhecimento ao país sobre aquela que é a posição do Governo relativamente à saída do programa", acrescentou.
Por outro lado, Luís Marques Guedes afirmou que "não houve ainda nenhum contacto da parte do Governo português com o Governo finlandês relativamente à saída do programa, nem num sentido nem noutro".
O ministro da Presidência fez esta afirmação depois de questionado sobre a notícia de que o comissário europeu Olli Rehn considerou que "a exigência de colaterais pela Finlândia teve um impacto negativo na decisão da Irlanda e está a ter impacto na decisão de Portugal", condicionando o eventual recurso a um programa cautelar.
Marques Guedes assinalou que o finlandês "Olli Rehn é candidato ao Parlamento Europeu" e enquadrou essas suas palavras no contexto do debate político dentro da Finlândia, apontando-as como uma crítica à conduta finlandesa relativamente ao caso da Irlanda.
Quanto ao caso de Portugal, o executivo PSD/CDS-PP "desconhece a posição da Finlândia", porque "ainda não falou com o Governo finlandês nem com outros governos relativamente à forma que entende ser a mais adequada relativamente à saída do programa", reforçou o ministro, prometendo: "Quando isso acontecer, os portugueses serão informados."