Há um tema batido no discurso político do nosso habilidoso primeiro-ministro sobre o qual nada será feito nesta legislatura. Falo do arrendamento urbano..António Costa desperdiçou uma oportunidade irrepetível de catapultar o ressurgimento de um mercado de arrendamento pujante, apenas pelo facto de ter de se vergar a ideologias que têm um ódio visceral à propriedade, sobretudo aquela que não pode fugir para lado nenhum, pois é feita de tijolos ou betão - o imobiliário..Pertenço à terceira geração de proprietários que investiram uma vida de trabalho de sol a sol, fora das fronteiras deste retângulo, em imóveis para arrendamento. Era o PPR de então. Sessenta anos de congelamento de rendas transformaram a minha família em proprietários-mendigos, obrigados a vender património para substituir um elevador, para remodelar um apartamento destruído por quem o habitou quase de graça durante mais de meio século..Com uma dezena e meia de apartamentos em Lisboa, fui desde logo apanhada pelo "imposto Mortágua". "Temos de parar de ter vergonha de ir buscar dinheiro a quem está a acumular", ouvi a deputada bloquista a atirar em prime time antes mesmo de o primeiro-ministro poder anunciar um novo imposto sobre a propriedade. Ato contínuo, não tive outro remédio do que aumentar o valor das rendas, pois tive de acomodar dez mil euros na minha tesouraria pessoal para adiantar um imposto-empréstimo ao Estado..Depois vieram dezenas de propostas de alteração à reforma do arrendamento. De todos os lados e quadrantes. Antagonistas. Helena Roseta a falar em expropriações na sua lei de bases, e tudo isto na véspera de o governo apresentar a sua Nova Geração de Políticas de Habitação. Que esteve oito meses parada, e que teve de acabar de ser negociada à direita..Este governo declarou guerra aos proprietários. Com um novo ciclo político à porta, não basta acenar com benefícios fiscais avulsos. Porque nos últimos quatro anos foi hipotecado o futuro de toda uma geração que não consegue aceder ao crédito bancário..E este mandato, apesar da conjuntura brilhante que o levou em braços, será recordado como aquele que levou o país, os seus jovens, a sua classe média, à maior crise de habitação de que há memória, com um insustentável aumento de preços na habitação..Consultora de comunicação
Há um tema batido no discurso político do nosso habilidoso primeiro-ministro sobre o qual nada será feito nesta legislatura. Falo do arrendamento urbano..António Costa desperdiçou uma oportunidade irrepetível de catapultar o ressurgimento de um mercado de arrendamento pujante, apenas pelo facto de ter de se vergar a ideologias que têm um ódio visceral à propriedade, sobretudo aquela que não pode fugir para lado nenhum, pois é feita de tijolos ou betão - o imobiliário..Pertenço à terceira geração de proprietários que investiram uma vida de trabalho de sol a sol, fora das fronteiras deste retângulo, em imóveis para arrendamento. Era o PPR de então. Sessenta anos de congelamento de rendas transformaram a minha família em proprietários-mendigos, obrigados a vender património para substituir um elevador, para remodelar um apartamento destruído por quem o habitou quase de graça durante mais de meio século..Com uma dezena e meia de apartamentos em Lisboa, fui desde logo apanhada pelo "imposto Mortágua". "Temos de parar de ter vergonha de ir buscar dinheiro a quem está a acumular", ouvi a deputada bloquista a atirar em prime time antes mesmo de o primeiro-ministro poder anunciar um novo imposto sobre a propriedade. Ato contínuo, não tive outro remédio do que aumentar o valor das rendas, pois tive de acomodar dez mil euros na minha tesouraria pessoal para adiantar um imposto-empréstimo ao Estado..Depois vieram dezenas de propostas de alteração à reforma do arrendamento. De todos os lados e quadrantes. Antagonistas. Helena Roseta a falar em expropriações na sua lei de bases, e tudo isto na véspera de o governo apresentar a sua Nova Geração de Políticas de Habitação. Que esteve oito meses parada, e que teve de acabar de ser negociada à direita..Este governo declarou guerra aos proprietários. Com um novo ciclo político à porta, não basta acenar com benefícios fiscais avulsos. Porque nos últimos quatro anos foi hipotecado o futuro de toda uma geração que não consegue aceder ao crédito bancário..E este mandato, apesar da conjuntura brilhante que o levou em braços, será recordado como aquele que levou o país, os seus jovens, a sua classe média, à maior crise de habitação de que há memória, com um insustentável aumento de preços na habitação..Consultora de comunicação