Governo da Madeira adjudicou venda do matutino JM por 10 mil euros
Esta foi uma das decisões divulgadas no final da reunião semanal do conselho do executivo madeirense liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, que decorreu na Quinta Vigia, a sede da Presidência do Governo Regional.
No texto das conclusões do encontro, o Governo madeirense recorda que "o agrupamento proponente apresentou uma proposta de compra no valor de 10 mil euros, ainda assim superior à avaliação independente pedida no início do processo, e um compromisso de investimento de um milhão de euros".
Adianta que também apresentou "um projeto estratégico, com uma forte componente tecnológica e aposta na ligação aos emigrantes", tendo assumido o compromisso de fazer o investimento de um milhão de euros "na modernização do produto com capitais próprios".
Esta decisão é o "epílogo de um complexo processo iniciado" desencadeado pelo atual governo insular, lembrando que a região tinha de "injetar cerca de três milhões de euros anuais" para assegurar a sobrevivência desta publicação diária.
Menciona também que foi desenvolvido um "profundo trabalho de recuperação" financeira e de credibilidade, que passou pela redução de "mais de 75% da dependência do acionista, normalizando as relações com os órgãos de regulação".
O executivo insular refere que "do conjunto de interessados, que não se limitou aos três que levantaram o caderno de encargos, concretizou essa vontade" por parte do agrupamento Radio Girão.
O agrupamento é composto por duas entidades: a Rádio Girão [ligada ao grupo AFA -- Avelino Farinha e Agrela) e a ACIN (uma empresa de base tecnológica que desenvolve, gere e explora plataformas especificamente criadas para a Cloud, com sede no concelho da Ribeira Brava).
"O Governo Regional cumpre assim mais um dos seus compromissos eleitorais, de garantia de pluralidade informativa, desonerando os contribuintes, e garantindo o máximo de postos de trabalho possíveis", sublinha o Governo, complementando que "aquilo que poucos acreditavam e muitos desdenharam revela-se assim cumprido".
Logo após a tomada de posse (a 20 de abril de 2015), o executivo da Madeira iniciou um processo de reestruturação da Empresa Jornalística da Madeira (EJM) - com um capital social de 4,3 milhões de euros e que custava cerca de três milhões de euros anuais ao Orçamento Regional -, visando a sua privatização.
Este processo passou pela dispensa de mais de duas dezenas de trabalhadores. O JM tem neste momento um quadro de pessoal com 24 pessoas, nove das quais jornalistas.
Nesta reunião semanal, o executivo regional também determinou a realização de uma audiência prévia da OPM, a empresa que tem vindo a operar continuamente nos portos da região, nomeadamente no Funchal, no Porto Santo e no Caniçal desde 1981, visando a revogação da licença da operação portuária.
A criação de uma linha de crédito bonificado na ordem dos 5,2 milhões de euros para as escolas profissionais que estão "impossibilitadas de receber os reembolsos das respetivas candidaturas do atual e anterior ano letivo ao Programa "Madeira 14-20", devido ao atraso ocorrido na implementação do Sistema Integrado de Informação do Fundo Social Europeu, que se encontra em fase de desenvolvimento", foi outra das deliberações tomadas.