Governo checo afasta ideia de terrorismo no tiroteio que fez 15 mortos

Atirador de 24 anos terá matado o pai antes de seguir para a universidade, inspirado em massacres semelhantes no estrangeiro.
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As autoridades checas estavam esta quinta-feira em choque com um tiroteio na Universidade Carolina de Praga. Pelo menos 15 pessoas morreram e 24 ficaram feridas antes de o atirador, um estudante de 24 anos que terá matado antes o pai, ter morrido. "Nada indica que este crime esteja ligado ao terrorismo internacional", declarou o ministro do Interior checo, Vit Rakusan. Para realizar o "ataque violento premeditado", como lhe chamou a Polícia, o atirador ter-se-á inspirado em massacres semelhantes que ocorreram no estrangeiro.

"Não há justificação para este ato horrível. Como muitos de vocês, sinto profunda tristeza e repulsa diante desta violência doentia", indicou o primeiro-ministro checo, Petr Fiala. "Mais uma vez, expresso as minhas sinceras condolências aos entes queridos das vítimas e desejo uma rápida recuperação a todos os feridos", acrescentou. Também o presidente, Petr Pavel, disse estar "chocado" com os eventos. "Gostaria de expressar o meu profundo pesar e sinceras condolências às famílias e parentes das vítimas do tiroteio", escreveu no X (antigo Twitter), agradecendo aos cidadãos por terem respeitado as instruções das forças de segurança.

Os estudantes e professores da universidade receberam e-mails para que se abrigassem durante o tiroteio. "Fiquem onde estão, não vão a lado nenhum. Se estão nos gabinetes, fechem-nos à chave e coloquem mobília em frente à porta, apaguem as luzes", dizia a mensagem que receberam. O tiroteio ocorreu por volta das 15h00 locais, levando a Polícia a selar toda a zona junto à universidade, próximo da cidade velha. Menos de uma hora depois, a Polícia revelou que o atirador tinha sido "eliminado".

As autoridades revelaram depois que o suspeito - que os media checos identificaram como David K. - tinha morto o pai na sua casa em Hostoun, próximo de Kladno, uma localidade a cerca de 30 quilómetros de Praga, antes de continuar com o ataque na universidade, onde foi filmado com uma arma num telhado. "Sempre pensámos que isto era algo que não nos dizia respeito. Agora parece que, infelizmente, o nosso mundo está a mudar e o problema dos atiradores solitários também está a surgir aqui", indicou o presidente da câmara de Praga, Bohuslav Svoboda, citado pelos media checos.

O chefe da Polícia, Martin Vondrasek, descreveu o atirador como um excelente aluno - sem dar mais pormenores. Indicou ainda que o suspeito sofreu "ferimentos devastadores", suspeitando-se que se tenha suicidado, apesar de a Polícia também o ter atingido a tiro. As autoridades procuravam esta quinta-feira à noite por explosivos, diante da suspeita de que teria material para fazer bombas. Nada indicava que teria qualquer cúmplice nos seus planos, sendo que legalmente era proprietário de várias armas.

O portal de notícias checo Idnes.cz indicava esta quinta-feira que o suspeito, que teria problemas psicológicos, teria revelado nas redes sociais que planeava o massacre. Indicou ainda que ele estudava no Instituto de História Mundial e que tinha ganho um prémio do Instituto Polaco em Praga com uma tese sobre a Polónia desde 2018.

Com agências

susana.f.salvador@dn.pt

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