Governo atento a portugueses no Brasil
"Não temos nota de nenhum problema nem fizemos nenhuma recomendação especial. É evidente que estamos atentos à evolução da situação, mas não queremos dramatizar pois estamos a falar de um país com quem temos relações muito próximas, é o principal país da lusofonia, não nos parece que seja caso, para já, para tomar nenhuma providência especial", adiantou à agência Lusa o secretário de Estados das Comunidades Portuguesas.
José Cesário sublinhou que o que tem estado a ser feito é uma "recomendação genérica a todos os portugueses que viajam no sentido de evitarem qualquer envolvimento em tumultos públicos".
Contudo, refere o secretário de Estado, esta recomendação é geral, não para casos específicos.
"Todos os nossos consulados estão atentos à evolução da situação [no Brasil]. Temos estado a receber informações e não há razão para qualquer alerta especial", disse.
Os protestos começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente contra a subida das tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se a outras cidades no Brasil e de outros países.
A repressão policial às manifestações motivou outras pessoas a protestarem pela paz e pelo direito de manifestação, bem como outras queixas, entre as quais corrupção e a falta de transparência.
Em particular, as manifestações criticam os elevados gastos com a organização de eventos desportivos como o Mundial2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, em detrimento de outras áreas como a saúde e na educação.
Na quinta-feira, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, marcou uma reunião de emergência com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, após mais uma noite de protestos que reuniu cerca de um milhão de pessoas em todo o país.
De acordo com a imprensa brasileira, na reunião Dilma Rousseff deverá avaliar a proporção e o alcance dos atos que terminaram com episódios de vandalismo e violência em algumas cidades, incluindo Brasília e Rio de Janeiro.