Governo anuncia apoios mas diz: "Não podemos entrar em aventuras"
Apoios às famílias e empresas, sim, para ajudar a amortecer impacto da guerra nos preços da energia, mas "não podemos entrar em aventuras" que possam "comprometer o amanhã", avisou ontem o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, sinalizando que Portugal está numa situação orçamental e de endividamento que também deve ser tida em conta. E que o desejo é continuar a cumprir as regras do Pacto, mais à frente, uma vez que esta crise seja debelada.
A mensagem é importante para consumo em Bruxelas. Na próxima segunda-feira, o ministro das Finanças, João Leão, vai à reunião dos ministros homólogos da zona euro, e na terça, ao conselho europeu das Finanças da UE (Ecofin). Vai querer passar essa mensagem de "compromisso" do País (do governo) com as regras da disciplina orçamental europeia aos seus parceiros, em Bruxelas. Como tem feito sempre, aliás.
Para João Leão não pode ser de outra forma. O crescimento da economia deve ser revisto em baixa por causa da guerra da Rússia contra a Ucrânia, a inflação vai subir muito mais. As contas públicas não ficaram na mesma, nem como apareciam na proposta de Orçamento do Estado de 2022 (OE2022) apresentada em outubro).
Estamos em março e as Finanças já estarão a fazer contas à nova meta para o défice e para a dívida.