Governo alerta que Portugal vai precisar de mais de 30 mil professores até 2030

O ministro da Educação garante que o Governo está a desenvolver medidas para reduzir a precariedade, as distâncias e os tempos até à estabilização na carreira e a introduzir novos níveis remuneratórios.
Publicado a
Atualizado a

O ministro da Educação, João Costa, alertou esta quarta-feira que Portugal vai precisar de mais de 30 000 professores até 2030, frisando que a docência é uma "profissão com futuro".

"Nós vamos precisar até 2030 de mais de 30 000 novos professores e, desde o primeiro momento em que eu e o senhor secretário de Estado assumimos esta pasta, não tivemos qualquer hesitação em dizer e isso está no programa do Governo, que temos um problema para resolver, um problema de falta de professores", assumiu o governante no VIII Encontro Internacional sobre Inovação Pedagógica SUPERTABI 2023, na Maia, distrito do Porto.

O problema de falta de professores não é apenas português, mas sim global que tem várias correlações e explicações, sendo alvo de debate em vários fóruns internacionais, referiu.

"Há questões de carreira, há questões motivacionais, há questões da existência de mais empregos nalgumas áreas em que o ensino era maioritariamente a saída profissional. Portanto, isto também está a ser discutido neste palco internacional", explicou.

O detentor da pasta da Educação ressalvou a importância de transmitir aos jovens a mensagem de que a docência é "uma profissão com futuro".

E, por isso, o Governo está a desenvolver medidas para reduzir a precariedade, as distâncias e os tempos até a estabilização na carreira e a introduzir novos níveis remuneratórios para os jovens olharem para a docência como "uma carreira em que vale a pena apostar", ressalvou.

Mas, acrescentou, como em todas as profissões e setores há razões de protesto e insatisfação.

João Costa disse que, neste momento, a procura pela docência aumentou desde que o Governo começou a explicitar "muito claramente" que o país precisa de professores.

"Há uma procura muito maior nos cursos de formação de professores, nos cursos de educação básica, nas escolas superiores de educação e nos mestrados em ensino temos mais candidatos do que houve na última década", salientou.

Motivo pelo qual, o Ministério da Educação está agora a trabalhar com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para reforçar a capacidade formativa das universidades, concluiu.

O ministro da Educação afirmou ainda que todos desejam um ano letivo "mais tranquilo e sereno" estando disponível para continuar a dialogar com os sindicatos, numa altura em que estão anunciadas greves para o arranque do ano letivo.

"Todos nós queremos um ano letivo mais tranquilo e mais sereno. O Ministério da Educação desencadeou processos negociais e nunca recusou nenhum pedido de reunião por parte dos sindicatos", garantiu João Costa

O governante frisou que foram muitos os encontros e as aproximações a posições que foram apresentadas pelas organizações sindicais.

"A nossa disponibilidade continua a ser a mesma, não fizemos nem mais nem menos reuniões com os sindicatos por termos tido greves, aliás, já estávamos em negociação quando este movimento, chamemos-lhe assim, começou", observou.

O ano letivo arranca entre 12 e 15 de setembro e as greves já convocadas por algumas organizações sindicais fazem antever um ano marcado pela contestação dos docentes, à semelhança do anterior.

Assumindo que a classe "já passou muito", o ministro considerou a contestação normal, mas afiançou que o Governo "está cá" para resolver os problemas com serenidade.

Dizendo já terem sido dados "muitos passos" neste ciclo político, o ministro enumerou a vinculação de 22.500 professores e o descongelamento da carreira.

"Nós fizemos mais neste ano, em termos de passos, do que foi feito nalguns anos anteriores", disse.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt