Governo ainda não explicou todos os atrasos
Segundo as fontes do DN, a empresa canadiana vencedora do concurso, a Milícia, poderá entregar a segunda viatura dentro de alguns dias. Mas desconhece-se quando chegarão as restantes quatro. Desconhece-se também, oficialmente, por que foram anulados cinco concursos, no valor total de 2,7 milhões de euros, para aquisição de outras 34 viaturas propostas pela PSP. Desconhece-se, também, porque um concursos desta envergadura só se inicia com um mês de antecedência relativamente a um evento como foi a Cimeira da NATO.
A bancada do BE anunciou ontem a intenção de chamar o ministro da Administração Interna ao Parlamento. Estas são precisamente algumas perguntas que os deputados deverão colocar a Rui Pereira quando for chamado à primeira comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
O ministro deverá também explicar se vai abrir novos concursos para dar destino aos 2,7 milhões que ficaram por gastar. Aliás, a urgência da aquisição foi o motivo que levou à opção pelo ajuste directo. Depois, como já observou o CDS, o Tribunal de Contas nega ter recebido qualquer pedido de visto para aquisição daquele material, embora o secretário de Estado da Administração Interna garanta o contrário. Nuno Magalhães, deputado do CDS, adianta que "é uma questão de transparência e de os contribuintes saberem porque é que é gasto e onde é gasto o seu dinheiro". Segundo alguns observadores, considera-se também estranho que o MAI tenha remetido ontem todas as explicações para o Governo Civil. A cimeira passou e fica a questão de saber onde vai a PSP usar viaturas preparadas para teatros de guerra.