Governo admite que GNR ainda não têm todos os carros de combate

Em resposta às notícias divulgadas esta manhã que davam conta do atraso na entrega de viaturas de combate a incêndios ao GIPS, o ministério da Administração Interna diz que estas serão entregues "gradualmente"
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O ministério da Administração Interna (MAI) admite que ainda não foram entregues à GNR 96 viaturas de combate aos incêndios rurais, para o Grupo de Intervenção Prevenção e Socorro (GIPS). Em reação às notícias desta terça-feira, do Público e da TSF, que davam conta do atraso na entrega de equipamento a esta unidade especial da GNR, o MAI sublinha que o GIPS já recebeu oito novas viaturas na segunda quinzena de maio e que "na semana passada o Tribunal de Contas visou os contratos de aquisição de mais 96". Estas últimas, 80 ligeiras e 16 pesadas, "serão entregues gradualmente as próximas semanas", assinala em comunicado o gabinete de Eduardo Cabrita,

Segundo o Público cerca de 170 militares do GIPS deviam estrear-se este ano no combate aos incêndios de maior dimensão, um tipo de resposta acionada quando não foi possível apagar o fogo na fase nascente. No entanto, estes profissionais estão impedidos de atuar nesta altura porque a GNR ainda aguarda pela chegada de quatro autotanques pesados e 12 médios, viaturas com depósitos de água, essenciais para que estes militares combatam os incêndios.

Recorde-se que, em maio, o próprio comandante do GIPS manifestava a preocupação com a falta de material. Num e-mail enviado aos seus militares reconhecia que ainda não havia para os novos elementos equipamentos de proteção individual, viaturas e rádios. Também não estavam garantidas as condições de descanso em todos os centros de meios aéreos onde os militares iam ficar sedeados.

À TSF, as associações representativas dos militares da GNR mostraram-se apreensivas com os atrasos na entrega de material. Adolfo Clérigo, vice-presidente da Associação Sócio Profissional Independente da Guarda (ASPIG) adiantou que os cerca de 500 novos elementos do GIPS têm recebido algum equipamento no último mês mas continuam a ter apenas um fato de proteção disponível, muito longe dos três aconselhados, o que preocupa a associação.

A ASPIG dá como exemplo inegável dos atrasos o facto de um concurso público, registado no site oficial do Estado, no valor de 814 mil euros, para "aquisição de equipamento de proteção individual para combate a incêndios" só recentemente ter tido um vencedor, que tem 90 dias para entrega, ou seja, quase no fim do verão.

O MAI, por seu turno, contrapõe e alega que "todos os militares do GIPS dispõem, neste momento, do Equipamento de Proteção Individual completo, com todos os elementos necessários ao combate aos incêndios". Recorda que "este ano, a GNR foi reforçada com 600 novos elementos, 500 para o GIPS e 100 para o SEPNA, o que significa uma duplicação da sua capacidade em relação a anos anteriores" e que, "pela primeira vez o GIPS terá atuação em todo o território do Continente e na Madeira, quer no combate inicial, quer no combate ampliado a incêndios rurais"

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