Governo abrir uma crise 'seria suicídio', diz Sócrates

O ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates afirmou este domingo que "seria um suicídio" para o Governo se abrisse uma crise política.
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Intervindo no seu espaço de comentário na RTP, José Sócrates qualificou como "um cenário pueril e uma visão infantil" a eventual demissão do Governo - hipótese colocada por José Rodrigues dos Santos - caso o TC rejeite o "pedido de aclaração" pedido por Pedro Passos Coelho sobre o acórdão relativo ao OE2014.

José Sócrates sublinhou ainda que, ao contrário das reduções salariais aprovadas pelo Governo PSD/CDS desde 2011, os cortes salariais que o seu executivo impôs em 2010 aos funcionários públicos "foram considerados constitucionais".

Sócrates condenou também "a natureza do ataque" atual do Governo ao TC após o último chumbo ao orçamento deste ano, pois "passou a criticar os juízes" e a sua competência técnica.

"O que foi dito ultrapassa os limites da cultura democrática e do respeito institucional", argumentou José Sócrates, pois as críticas deixaram de visar a substância da decisão e "centraram-se nas pessoas".

Sócrates, lamentando que o Presidente da República ainda não tenha dado "uma palavra em defesa do TC", afastou também a possibilidade de Passos Coelho abrir uma crise política para aproveitar as divisões internas no PS.

Além disso, adiantou, os prazos constitucionais exigidos para a marcação de eleições antecipadas permitiriam ao PS antecipar a clarificação da sua liderança.

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