O ministro Azeredo Lopes defendeu esta quarta-feira que Portugal "não deve ficar arredado" da construção da Defesa europeia e afirmou que em outubro decidirá se o país vai estar no grupo de fundadores desse projeto.."Pode-se discutir se Portugal tem interesse em ficar arredado [do processo de construção da Defesa Europeia], eu penso que não, ou se tem interesse em ser um dos membros fundadores ou não. Essa decisão ainda não está tomada, algures em outubro essa decisão irá ser tomada", disse..O ministro das Defesa Nacional falava na comissão parlamentar de especialidade, na sequência de um requerimento do PSD para discutir as recentes decisões no âmbito da NATO e da União Europeia..O deputado social-democrata Costa Neves questionou o ministro se já há uma decisão sobre a adesão ao mecanismo de Cooperação Estruturada Permanente na Defesa, advertindo que tal decisão "não deve ser uma opção técnica ou opção política do Governo" e que "tem de haver uma posição nacional"..Equiparando a possível adesão àquele mecanismo à "adesão à moeda única, uma opção de Estado", Costa Neves manifestou preocupação com as consequências da decisão para a soberania nacional e nas relações com as Nações Unidas e com a NATO..Mais à frente na audição, em resposta ao deputado do PS Diogo Leão, Azeredo Lopes sustentou que a participação de Portugal na Cooperação Estruturada Permanente "não tem à primeira vista um risco que pressuponha uma transferência de soberania ou de decisões de soberania"..A decisão que se coloca é se Portugal vai estar no grupo de países fundadores do projeto, disse, frisando que é preciso "fazer uma avaliação custo-benefício", avaliando nomeadamente a possibilidade de aceder a parcerias com outros Estados em projetos na área da indústria da Defesa e ao fundo europeu de Defesa.."O Governo nunca se afastou da sua posição, cem por cento a favor da CEP [cooperação estruturada permanente], sempre a favor de uma política europeia de segurança e defesa", afirmou..O que está em causa nesta altura, reforçou Azeredo Lopes, é saber se Portugal deve "entrar ou não logo no início", fazendo uma avaliação de "custo-benefício": "se podemos avançar com projetos que robusteçam a área de investigação e desenvolvimento na indústria da Defesa", frisou, em resposta ao deputado João Rebelo, do CDS-PP.."Na prática, os Estados são induzidos a investir em projetos comuns", referiu..Portugal, adiantou, "pondera a participação num Estado-Maior médico europeu, no desenvolvimento de um drone europeu, de veículos submarinos não tripulados", no âmbito de projetos europeus comuns.