"Gostava de fazer pelo Santos o que Vieira fez pelo Benfica"
Benfica e Santos defrontam-se esta noite (20.00 portuguesas), em São Paulo, Brasil, num jogo para homenagear Léo (defesa brasileiro que representou os dois clubes e está retirado desde 2014) e assinalar os 100 anos da Vila Belmiro, o estádio do clube canarinho. Ao DN, o lateral hoje com 41 anos, e que atuou na Luz entre 2005 e 2009 - realizou um total de 127 jogos e marcou dois golos -, não esconde a emoção que vai sentir quando entrar em campo para representar as duas equipas da sua vida.
"Será muito especial para mim, foram os dois clubes que mais me marcaram. Ainda bem que posso ter esta felicidade de voltar a jogar pelos dois. Quando surgiu esta possibilidade não pensei em mais nenhum clube", começou por revelar Léo ao DN, ele que inicialmente tinha planeado fazer 40 minutos no jogo desta noite, 20 em cada uma das equipas, mas confessando agora que ainda não há qualquer decisão tomada: "Comecei a treinar há quase duas semanas, tenho de estar preparado, mas não sei quanto tempo vou conseguir jogar."
Na sua passagem pelo Benfica, o máximo que o antigo internacional brasileiro conseguiu vencer foi uma Taça da Liga e uma Supertaça, ao contrário do que alcançou no Santos, onde no total das 12 temporadas que representou o clube somou mais de 15 títulos. Léo, ainda assim, não esquece o que encontrou no clube da Luz. "Foram tempos muito bonitos. Identifiquei-me muito com o clube e com os adeptos. Eles sempre me trataram como se estivesse em casa. Estive aí em agosto e foi bonito de ver que fiquei na história do clube, não esperava ver-me nesse museu tão lindo. O Benfica fez sentir-me que fui especial para todos", salientou o brasileiro, referindo sentir saudades de Lisboa e dos amigos que deixou na capital portuguesa.
"É sempre bom voltar a um lugar onde fomos felizes, adoro Lisboa e quero voltar mais vezes. Sinto falta da cidade e de amigos que aí deixei, como o Rui Costa ou o Shéu, mais ainda o presidente, grande amigo", disse o antigo futebolista, confessando depois que só uma coisa lhe faz recordar a sua passagem pelo Benfica com alguma mágoa. "Quique Flores... não gostei nada dele. Saí do Benfica devido à saúde dos meus pais, mas ele deu um empurrão bacana", afirmou, confessando depois que continua a acompanhar o Benfica: "Vejo tudo e leio tudo sobre o Benfica. Já disse, foram momentos únicos e isso nunca vou esquecer. Desejo que vençam tudo."
A admiração por Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, é algo que Léo não consegue e nem quer esconder. Aliás, revê-se no dirigente encarnado e diz querer seguir o seu exemplo quando um dia for...presidente do Santos. "Todos sabem que esse é o meu sonho, é o meu clube de coração. Não digo que será para breve, mas é um objetivo na minha vida, claro. Luís Filipe Vieira? Claro que é um grande exemplo. Se um dia for presidente gostaria de poder fazer tudo pelo Santos igual ao que ele fez e continua a fazer no Benfica. Tenho a certeza de que os adeptos admiram todo o seu trabalho", referiu.
Além da despedida de Léo, este encontro assinalará o centésimo aniversário da Vila Belmiro, o estádio do Santos onde brilhou Pelé, Neymar, entre outros craques brasileiros, reeditando também a final da extinta Taça Intercontinental que colocou frente a frente o Benfica e o Santos em 1962, que o clube canarinho venceu depois de bater os encarnados por 3-2 no Maracanã e 5-2 no Estádio da Luz (ver texto ao lado). Os encarnados atuaram uma vez na Vila Belmiro, também num jogo particular com o Santos, na temporada 1956/57, que terminou com a vitória por 3-2 do Peixe, nome pelo qual é conhecido o antigo emblema de Pelé.
Dadas as muitas ausências na equipa, por via dos compromissos das seleções nacionais na fase de qualificação para o Mundial 2018 e também por lesão, Rui Vitória foi obrigado a incluir no lote de 18 convocados cinco jogadores da equipa B. Eis os eleitos: Ederson e Júlio César; André Almeida, Lisandro, Luisão, Eliseu, Rúben Dias, Benítez e Yuri Ribeiro; Celis, Danilo, Carrillo, Salvio, Cervi e Dálcio; Jovic, José Gomes e Diogo Gonçalves.