Famalicão sai da crise e atira Sporting para o recorde de derrotas

E vão 15 derrotas dos leões esta época. Desta vez, perderam em Famalicão por 3-1, com Diogo Gonçalves a bisar. No momento do adeus de Silas, a equipa ficou a quatro pontos do terceiro lugar... segue-se o terceiro treinador da temporada. Tem a palavra Rúben Amorim.
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Está igualado o pior Sporting da história. A equipa de Alvalade sofreu esta terça-feira a 15.ª derrota da época em jogos oficiais, algo que só encontra paralelo 2000-01 e 2012-13. Desta vez, perdeu em Famalicão, por 3-1, no jogo que encerrou a 23.ª jornada da I Liga, o que deixa a equipa a quatro pontos do objetivo mínimo que é o terceiro lugar, ocupado pelo Sp. Braga.

No jogo que marcou a despedida de Jorge Silas como treinador do Sporting, os famalicenses aproveitaram para terminar com a crise de resultados que durava já oito jogos, vencendo pela segunda vez no campeonato um Sporting que depois desta noite vai tentar começar de novo com Rúben Amorim, que curiosamente colocou nesta jornada os bracarenses ainda mais longe dos leões.

Na verdade, o Sporting entrou em campo com um treinador despedido, outro à espera de ser anunciado, uma desvantagem de quatro pontos em relação ao terceiro lugar e uma equipa que vinha de uma derrota pesada e consequente eliminação da Liga Europa.

Leão perdido e Famalicão a todo o gás

Com este cenário cinzento, para não dizer outra coisa, o que aconteceu nos primeiros 20 minutos do jogo acabou por ser absolutamente normal, pois o Famalicão aproveitou bem a falta de agressividade e a completa desconcentração defensiva dos leões para marcar dois golos de rajada, que colocavam a equipa de João Pedro Sousa a vencer por 2-0 aos oito minutos.

Primeiro graças a um remate de primeira de Uros Racic, após um corte de Acunã, e depois com um remate de Diogo Gonçalves, que surgiu liberto após um passe de Fábio Martins e aproveitou para voltar a bater Luís Maximiano.

O Famalicão, que vinha de oito jogos consecutivos sem vencer, apanhava-se numa situação confortável e só não ficou melhor porque Walterson e outra vez Diogo Gonçalves não acertaram com a baliza.

Os minhotos jogavam como queriam no meio-campo do Sporting, com rápidas trocas de bola que encontravam sempre espaços onde pudessem entrar, sobretudo pelo lado esquerdo da defesa leonina, onde Acuña estava constantemente fora de posição e a ajuda era deficiente.

Coates relança a segunda parte

A partir dos 20 minutos, o Famalicão recuou as suas linhas, procurando aproveitar contra-ataques rápidos para voltar a ferir o leão. Os jogadores do Sporting aproveitaram o espaço concedido para ganharem confiança e, impulsionados pela velocidade de Jovane Cabral, que foi uma valente dor de cabeça para Ricceli (um central adaptado a lateral), começaram a criar lances de perigo junto da baliza famalicense.

Sporar e Vietto foram então os reis do desperdício, com remates desenquadrados ou bloqueados pelos defesas contrários. Até que, em cima do intervalo, um livre lateral permitiu a Marcos Acuña colocar a bola na cabeça de Coates que fez o golo e recolocou o Sporting na luta pelos três pontos, com uma segunda parte toda para jogar.

O segundo tempo mostrou um Famalicão que recuperou os níveis de agressividade do início do jogo e com isso dificultou a aproximação do Sporting à sua baliza. Ainda assim, foi Vietto a desperdiçar de forma incrível o empate ao não acertar na bola quando estava sozinho, após um cruzamento largo de Acuña.

Golpe fatal deixa Sporting desesperado

Mas por essa altura, os minhotos já tinham corrigido os posicionamentos e eram mais esclarecidos nas bolas divididas a meio-campo. E foi por isso que, aos 66 minutos, Pedro Gonçalves recuperou a bola e lançou Diogo Gonçalves, que passou por Neto e rematou para o 3-1.

A partir desse momento, o Sporting passou a jogar em desespero, procurando invariavelmente os cruzamentos para a área, à procura de Sporar, que foram sendo bem resolvidos pela defesa famalicense, muito poderosa nos lances pelo ar. À medida que Silas ia arriscando com as substituições, o Famalicão ia tendo mais espaço para contra-atacar e, num desses lances, bem podia ter feito o quarto golo, mas Luís Maximiano defendeu para canto o remate de Anderson Oliveira, que surgiu isolado.

Após 28 jogos como treinador do Sporting, Jorge Silas disse adeus em Famalicão sofrendo a décima derrota, contra 17 triunfos à frente do leão. No campeonato deixa a equipa mais longe do terceiro lugar do que quando chegou à 7.ª jornada. Segue-se Rúben Amorim, que deixa o Sp. Braga no terceiro lugar para abraçar um desafio no quarto classificado. E vão três treinadores e um interino em Alvalade.

A Figura - Diogo Gonçalves

O extremo emprestado pelo Benfica marcou dois golos - os primeiros na I Liga - e foi um autêntico abre-latas no lado direito do ataque do Famalicão. Que o diga Luís Neto, que foi várias vezes ultrapassado por este jovem de 23 anos, uma das quais deu origem ao terceiro golo.

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FICHA DO JOGO

Estádio Municipal de Famalicão
Árbitro: Luís Godinho (Évora)

Famalicão - Vaná; Ricceli, Nehuén Pérez, Roderick Miranda, Racine Coly; Uros Racic, Pedro Gonçalves; Diogo Gonçalves, Fábio Martins (Guga Rodrigues, 78'), Walterson (Alex Centelles, 88'); Toni Martínez (Anderson Oliveira, 82')
Treinador: João Pedro Sousa

Sporting - Luís Maximiano; Rosier (Rafael Camacho, 80'), Coates, Luís Neto, Marcos Acuña; Eduardo Henrique (Francisco Geraldes, 75'), Battaglia; Gonzalo Plata (Pedro Mendes, 85'), Vietto, Jovane Cabral; Sporar
Treinador: Jorge Silas

Cartão amarelo a Fábio Martins (45'), Luís Neto (48'), Ricceli (71'), Marcos Acuña (88'), Battaglia (90'+6)

Golos: 1-0, Uros Racic (5'); 2-0, Diogo Gonçalves (8'); 2-1, Coates (45'+1); 3-1, Diogo Gonçalves (66')

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