GNR justifica detenção de suinicultores com agressões a militares

Os dois detidos, que serão na quinta-feira ouvidos no Tribunal de Alcobaça, foram "identificados como os autores das agressões"
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A GNR informou hoje que a detenção de dois suinicultores na terça-feira à noite, durante um protesto no Itinerário Complementar (IC) 2, no concelho de Alcobaça, resultou de agressões aos militares que responderam com "adequação".

Os dois detidos, que serão na quinta-feira ouvidos no Tribunal de Alcobaça para aplicação de medidas de coação, foram "identificados como os autores das agressões" aos militares que integraram o dispositivo de segurança, refere o comunicado da guarda.

Os confrontos verificaram-se durante uma manifestação de mais de uma centena de suinicultores que por duas vezes efetuaram cortes parciais de estrada no IC2 (também denominado Estrada Nacional 1), o primeiro na zona de Venda das Raparigas (Benedita) e o segundo, a 10 quilómetros a norte, próximo da localidade de Casal da Charneca -- Évora de Alcobaça.

Nos dois casos os manifestantes recorreram "ao descarregamento de gravilha na via", o que levou a GNR a "mobilizar diversos meios para o local, tendo sido inclusivamente acionada uma máquina retroescavadora para efetuar a limpeza e a desobstrução" da estrada, refere o comunicado.

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Junto a Casal da Charneca, os ânimos exaltaram-se quando a máquina se preparava para iniciar a limpeza da via. Os manifestantes "começaram a aglomerar-se, insultando os militares da GNR e o operador da máquina", aos quais arremessaram pedras, "pondo em grave risco a sua integridade física", conforme constatou também a Lusa no local. Um vidro da máquina ficou partido.

Segundo a GNR, o grupo forçou depois o cordão de segurança composto pelos militares que "pretendia salvaguardar a integridade do operador da retroescavadora". Dois militares da Unidade de Intervenção "sofreram murros e pontapés em várias partes do corpo". Destes confrontos resultou a detenção dos dois alegados agressores, um dos quais sofreu ferimentos.

De acordo com a GNR, a ação dos militares "teve por objetivo repor a ordem pública no local" e cumpriu "os princípios da necessidade, da adequação e da proporcionalidade, face à atitude agressiva das pessoas presentes". No local, os suinicultores queixaram-se de que a GNR investiu contra eles numa "propriedade privada" e consideraram não haver motivos para a detenção dos dois manifestantes.

Os suinicultores, que começaram por se concentrar em Rio Maior, protestaram contra a alegada utilização de carne suína espanhola nos produtos da indústria do setor em Portugal, numa altura em que o setor enfrenta uma grave crise. O protesto demorou quase 12 horas.

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