GNR e PSP. Sinergia e cooperação é a palavra de ordem
Exigência do governo, a cooperação e a criação de sinergias entre as forças e serviços de segurança, foram a palavra de ordem da tomada de posse do novo comandante-geral da GNR, Rui Ribeiro Veloso, e do diretor nacional da PSP, José Barros Correia.
A própria cerimónia, pela primeira vez conjunta numa mesma sessão, foi simbólica q.b. quanto a esse desígnio - tal como o facto de se ter realizado no Ministério das Finanças, de quem depende boa parte do sucesso da missão dos recém empossados.
O primeiro-ministro António Costa, o "arquiteto" do atual Sistema de Segurança Interna (SSI), quando foi ministro com esta tutela em 2008, esperou 15 anos por este momento e, principalmente, por ter dirigentes à altura e motivados para seguir esta bandeira.
"Esta cerimónia reveste-se de um simbolismo muito especial. Pela primeira vez, temos uma cerimónia comum de posse do comandante-geral da GNR e do diretor nacional da PSP e com ela reafirmamos simultaneamente, quer a natureza dual do nosso sistema de forças de segurança - uma de natureza militar, outra de natureza civil -, mas reafirmamos também a determinação de ambas trabalharem, no respeito pelas competências próprias de cada uma, em estreita cooperação, colaboração e camaradagem no desempenho da missão comum de garantir a segurança dos cidadãos", declarou.
O ministro da Administração Interna tinha antes focado, também, a sua intervenção no trabalho conjunto das polícias. "Portugal possui, hoje, um SSI que dá provas de consolidação. É um sistema cuja arquitetura assenta nos pilares da cooperação entre as Forças e os Serviços de Segurança", frisou José Luís Carneiro.
A esse propósito, uma referência especial "ao papel estratégico que o SSI, na pessoa do seu secretário-geral, embaixador Paulo Vizeu Pinheiro, tem tido no efetivo resultado dessa cooperação e articulação, de que constitui o mais recente exemplo o sucesso operacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)".
Primeiro o comandante-geral da GNR, depois o diretor nacional da PSP, seguiram a deixa e destacaram bem nos seus discursos a palavra de ordem que o governo exige.
"No que respeita à cooperação institucional e articulação operacional com as diferentes Forças e Serviços de Segurança, tudo faremos para promover e aprofundar relações de parceria e entreajuda, na certeza de que, dessa forma, teremos mais e melhor segurança e reforçaremos a confiança nas instituições que servimos. Estou certo de que saberemos transpor para o dia a dia os níveis de excelência da articulação operacional e do trabalho cooperativo alcançados nas operações de segurança dos grandes eventos realizados no nosso país, como se verificou recentemente na JMJ", garantiu Ribeiro Veloso.
Barros Correia subscreveu: "a partilha responsável de competências e capacidades, deverá ser considerada como uma forma de criar sinergias no contexto atual, em que novos desafios e mudanças exigem uma permanente adaptação e reajustamentos", afiançou o superintendente chefe.
No seu entender, "a aposta nas novas tecnologias poderá constituir-se como a base de uma estratégia na melhoria do relacionamento, cooperação e atuação combinada entre todas as Forças e Serviços de Segurança".
Com um discurso muito centrado nas pessoas - nas da PSP e na população - não deixou de aproveitar aquele "palco" no ministério de Fernando Medina, para lembrar que a sua polícia precisa de um "orçamento que permita cumprir" a missão " com excelência e "terá de existir, de forma sustentada, um investimento crescente nas várias áreas de atividade".
E enquanto Barros Correia quer promover na PSP a "felicidade organizacional", Ribeiro Veloso procurará "cultivar a empatia como instrumento de valorização da ação policial e acreditar na força e valor acrescidos de um guarda "armado"... também com um sorriso".
Nos próximos dias será conhecida a equipa que Barros Correia quer "rejuvenescida" para o novo impulso na PSP, quer a nível na direção nacional, quer nos comandos distritais.
Na GNR, a organização das peças da hierarquia está mais adiantada e o tenente-general Veloso formará uma "dupla" altamente qualificada com um dos homens mais respeitados e populares na Guarda, o tenente-general Paulo Silvério, que será o seu número dois, como Segundo Comandante.