Giuliani com licença de advogado suspensa por dizer que houve fraude eleitoral
Um tribunal do estado de Nova Iorque suspendeu temporariamente a licença de advogado de Rudy Giuliani nesta quinta-feira por este alegar que o ex-presidente Donald Trump perdeu as eleições presidenciais de 2020 devido a fraude.
Giuliani, que foi presidente da câmara de Nova Iorque durante oito anos, ajudou Trump a contestar legalmente o resultado das presidenciais de novembro de 2020, ganhas pelo democrata Joe Biden, argumentando sem apresentar provas que houve fraude eleitoral.
"Existem provas incontestáveis de que o réu fez declarações falsas e enganosas aos tribunais, legisladores e ao público em geral na qualidade de advogado do ex-presidente Donald Trump e da campanha de Trump", decidiu o tribunal.
As declarações falsas procuraram "fortalecer de maneira imprópria a narrativa do réu de que a ampla fraude eleitoral roubou o seu cliente da vitória nas eleições presidenciais".
"Concluímos que a conduta do réu ameaça imediatamente o interesse público e justifica uma suspensão provisória da prática da lei", acrescentou o tribunal numa decisão de 33 páginas.
O pedido de revogação da licença de advogado foi feito por dezenas de advogados proeminentes que disseram estar a agir em defesa da democracia americana.
Giuliani pode apelar, mas a decisão observa que ele pode enfrentar "penalidades permanentes substanciais" no final do procedimento.
A decisão é um golpe para Giuliani, de 77 anos, que também já foi procurador do distrito sul de Nova Iorque, um dos principais cargos do país nessa área.
Giuliani também está na mira da justiça federal. Os procuradores de Manhattan revistaram a sua casa e o seu escritório em Nova Iorque no final de abril, como parte de uma investigação sobre as suas atividades na Ucrânia, e apreenderam vários dispositivos eletrónicos.