Giuliani apoia Trump: "a melhor escolha"
Em vez de nine-eleven, Donald Trump disse seven-eleven. Mas o facto de o milionário ter trocado a data dos atentados do 11 de Setembro de 2001 nos EUA com o nome de uma loja de conveniência deverá ficar apenas como uma nota de rodapé na sua previsível vitória nas primárias republicanas de Nova Iorque, onde estavam 95 delegados em jogo. As sondagens colocavam-no 30 pontos percentuais à frente dos adversários, Ted Cruz e John Kasich. E isto ainda antes de ter conseguido o apoio do ex-presidente da câmara Rudolph Giuliani, que disse que ele era "a melhor escolha".
O republicano Giuliani, que foi mayor de Nova Iorque entre 1994 e 2001, confirmou o apoio a Trump numa entrevista à CNN, explicando contudo que não se envolverá na campanha. "Não me chamam para dar conselhos, exceto algumas vezes quando me ofereci para os dar. Não faço parte do aparelho da campanha. Não quero que as pessoas pensem que faço", disse.
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"Ele é a melhor escolha para Nova Iorque. Ele é a melhor escolha para o país. Ele é o único que consegue derrotar Hillary Clinton", acrescentou Giuliani. Nas primárias democratas havia 291 delegados em jogo e a ex-secretária de Estado surgia dez pontos à frente do senador Bernie Sanders nas sondagens.
A vitória parecia certa para Trump em Nova Iorque (os resultados eram esperados durante a madrugada em Lisboa). A preocupação para o milionário no seu estado natal era outra: o processo por difamação que deu entrada nos tribunais, interposto pela consultora de comunicação Cheri Jacobus.
Tudo terá começado no final de janeiro, com uma crítica dela à campanha de Trump. Em declarações à CNN, Jacobus disse que, nos debates e entrevistas, o candidato republicano "parece um aluno da terceira classe a fingir que sabe de temas de atualidade numa prova oral".
Em resposta, o diretor de campanha de Trump, Corey Lewandowski, e o próprio candidato alegaram que ela estava chateada por não ter sido contratada. Jacobus "implorou-nos por um trabalho. Dissemos que não e ela tornou-se hostil. Muito estúpida!", disse Trump no Twitter, alegando que ela tinha "zero credibilidade".
Jacobus alega que as acusações são falsas (terá sido Trump que a quis contratar e ela recusou) e que causaram "enorme prejuízo" à sua "carreira e reputação". Por isso, pede um indemnização de quatro milhões de dólares (3,5 milhões de euros). "Este é só mais um processo frívolo e uma tentativa de ganhar notoriedade às custas de Donald Trump", respondeu uma porta-voz do candidato republicano, Hope Hicks. Um advogado de Jacobus admite que é difícil provar estes casos de difamação, mas está confiante. "Trump excedeu claramente os limites legítimos da liberdade de expressão", indicou Jay Butterman, citado pelo The New York Times.