George Pell foi terceira figura do Vaticano e agora é culpado de pedofilia
O cardeal George Pell, de 77 anos, foi considerado culpado do abuso de dois menores de um coro de uma catedral em Melbourne, na Austrália, em 1996.
Este é a mais alta figura do Vaticano atingida por um escândalo de pedofilia até ao momento. Pell foi até dezembro de 2018 a terceira maior figura da Igreja Católica, que agora está em liberdade condicional, podendo no entanto ser preso esta quarta-feira depois de ser ouvido em tribunal, na sequência do recurso que interpôs, depois de ter sido condenado a 11 de dezembro, embora o veredicto não tenha sido revelado publicamente por questões legais.
George Pell, que era tesoureiro do Vaticano desde 2014, foi declarado culpado de uma acusação de agressão sexual, por penetração de um menor após ter celebrado uma missa, e de quatro por assédio de dois rapazes de 12 e 13 anos, na altura dos crimes. Os factos remontam à década de 1990, quando as duas vítimas pertenciam a um coro da Catedral de St. Patrick, em Melbourne.
O então arcebispo de Melbourne terá assustado os rapazes, garantindo que estariam metidos em problemas por terem bebido vinho da comunhão, obrigando-os por isso a praticar tais atos.
Uma das vítimas morreu em 2014 devido a uma overdose, que a sua família garantiu que foi a consequência do trauma sofrido enquanto criança. A outra vítima emitiu entretanto um comunicado em que apela a que a sua identidade seja mantida em sigilo, uma vez que pretende proteger a sua família deste escândalo.
A sentença foi divulgada após vários meses de um complicado processo judicial que foi mantido em segredo para proteger a presunção de inocência de George Pell. Isto depois de não ter sido provada outra acusação que recaiu sobre o cardeal australiano por alegados abusos contra menores na década de 1970 na cidade de Ballarat, a sua terra natal.