Genro de Trump está registado para votar como... mulher
O genro de Donald Trump Jared Kushner, conselheiro presidencial que, de acordo com o Presidente, iria resolver a crise no Médio Oriente, está recenseado no Estado de Nova Iorque como sendo do sexo feminino.
Isso mesmo é patente no registo oficial a que a revista Wired teve acesso.
O caso torna-se também numa curiosa ironia tendo em conta o enfoque que Donald Trump tem dado, tanto a campanha eleitoral e como já depois de eleito, na suposta existência de casos de fraude eleitoral -- que nenhum estudo credível alguma vez encontrou.
Esta não é a primeira vez que Kushner demonstra dificuldades em preencher devidamente um formulário oficial. Em julho, a CBS noticiou que o genro do atual inquilino da Casa Branca teve de entregar por três vezes um documento necessário para obter os privilégios de segurança inerentes ao seu cargo.
O formulário foi entregue a 18 de janeiro deixando em branco o campo em que se pedia para listar os contactos que teve com entidades no estrangeiro. Em maio, Kushner justificou o erro dizendo que tinha enviado (por via eletrónica) o documento sem o ter lido até ao fim. E acrescentou nada menos do que 100 contactos, entre chamadas telefónicas e reuniões.
Isto antes de serem conhecidos os contactos que manteve com cidadãos russos durante a campanha eleitoral e que estão agora a ser investigados pela polícia. Informação essa que foi depois acrescentada a 21 de junho.
Pelo caminho, esse mesmo formulário teve ainda de ser corrigido porque Kushner se enganara nas datas dos graus académicos que possui e, segundo o Washington Post, teve ainda de corrigir o facto de ter omitido a morada do sogro, ou seja, do próprio Donald Trump.
Como disse à Wired Brad Bainum, porta-voz do grupo liberal American Bridge, "Kushner nem consegue preencher a papelada mais simples sem meter água. É um mistério por que razão alguém pensa que ele é capaz de conseguir a paz no Médio Oriente".
"Alguém que não fosse genro do presidente ainda teria emprego na Casa Branca depois de tantos erros?", questiona este responsável.
Kusher foi esta segunda-feira também de notícia por ter utilizado uma conta de email privada para comunicações oficiais, algo semelhante -- ainda que em menor número, aparentemente -- do que fez Hillary Clinton quando foi secretária de Estado e que foi um dos maiores motivos de crítica de Trump durante a campanha eleitoral.
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