Pouco mais de um mês após ter sido empossado como vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o general António de Spínola publicou o livro Portugal e o Futuro, no dia 22 de fevereiro de 1974, conforme deu conta o Diário de Notícias no dia seguinte.."Foi ontem posta à venda a nova obra do general António de Spínola, intitulada Portugal e o Futuro, na qual são analisadas a situação atual e perspetivas do nosso país, não só num contexto puramente interno como, também, em face da conjuntura internacional, propostas soluções para os principais problemas que nos afetam", podia ler-se no nosso jornal.."Nos seus cinco capítulos, o livro trata, sucessivamente de "A crise que enfrentamos", "A nossa posição no Mundo", "As nossas contradições", "Os fundamentos de uma estratégia nacional" e "Uma hipótese de estruturação política da Nação", numa linguagem clara e no estilo vivo já patente em obras anteriores do atual vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas", escrevia o DN na página 2..Na sequência da publicação da obra, considerada por Marcello Caetano um verdadeiro "manifesto de oposição" ao regime e de um golpe militar anunciado, Spínola (tal como Costa Gomes) foi demitido a 14 de março, pouco mais de um mês antes do 25 de Abril de 1974.