Generais da GNR obrigados a acumular comandos

Está fechada a porta da Guarda para a entrada de novos generais das Forças Armadas. Os nove que estão têm de dar conta de tudo.
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Nunca tão poucos generais estiveram na liderança da GNR. O quadro prevê 11 lugares para estes oficiais superiores, mas neste momento estão apenas nove. Esta segunda-feira a ministra da Administração Interna foi ao Carmo despedir-se do 2º comandante, o major-general Luís Tavares Nunes, que passou à reserva por limite de idade e não deu indicação sobre a entrada de novos generais.

Questionada pelo DN confirmou o travão à entrada de novos militares do posto mais elevado das Forças Armadas: "neste momento, não está previsto o preenchimento de qualquer vaga no Corpo de Oficiais Generais".

Constança Urbano de Sousa já tinha dado sinais, através da sua proposta de estatuto para a GNR, que quer acelerar a substituição dos oficiais do Exército, como é o caso dos generais, desta força de segurança - a única na Europa liderada por quadros das Forças Armadas - admitindo substitui-los por coronéis da carreira da Guarda. Esta possibilidade tem criado alguma tensão entre o Carmo e o Ministério, uma vez que, na sua proposta, o comandante-geral, Mateus Couto, apenas aceita a substituição dos oficiais das forças armadas por oficiais da GNR, mas formados na Academia Militar e que são, neste momento, a maioria dos oficiais, embora só possam ser promovidos a generais dentro de seis anos.

A saída de Tavares Nunes acabou por deixar mais uma vaga de general na GNR, no acerto feito pelo comando-geral para ocupar os lugares previstos para estes oficiais. Para o lugar de Tavares Nunes foi Botelho Miguel, que era comandante operacional e para o lugar deste foi promovido Rui Moura, o general que dirigia o Comando de Formação e Doutrina. Este Comando ficará, para já, sob a liderança do general Esteves Pereira, o comandante da Unidade de Honras e Segurança de Estado, que acumula ambos os cargos.

"Este tipo de acumulação de funções já se verificaram em momentos anteriores", assinala a porta-voz. Foi o caso de Tavares Nunes que acumulava a função de Inspetor da Guarda com a de 2º comandante e o mesmo vai acontecer com o seu sucessor.

Ao que o DN apurou esta foi a solução acordada entre o comandante-geral e a Ministra para evitar, por um lado, admitir novos generais, e, por outro, não colocar um coronel a exercer estas funções para não reacender focos de conflito com os oficiais da Academia.

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