Gaia recusa teletrabalho para não prejudicar ação social e escolas

A Câmara de Vila Nova de Gaia recusa implementar o teletrabalho mencionado nas medidas de confinamento parcial decretado pelo Governo, alegando não ter condições para o fazer sob pena de prejudicar o apoio social e as escolas.
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A decisão foi anunciada pelo presidente da autarquia, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues que lembrou as "150 escolas, 32 mil alunos e 220 IPSS [instituições particulares de solidariedade social] existentes no concelho".

"Toda esta gente carece do serviço social do município, não é a mesma coisa atender pelo computador e presencialmente", argumentou o autarca, que invocou ainda a existência de outros serviços públicos "que estão de tal forma esmifrados em termos de pessoas que fazê-lo [optar pelo teletrabalho] seria fechar o concelho" para justificar a opção do executivo.

Cento e vinte e um municípios vão ficar abrangidos, a partir de quarta-feira, pelo dever cívico de recolhimento domiciliário, novos horários nos estabelecimentos e teletrabalho obrigatório, salvo "oposição fundamentada" pelo trabalhador, num conjunto de medidas anunciadas no sábado o primeiro-ministro António Costa, no âmbito do combate à propagação do novo coronavírus.

Ainda assim, o presidente da autarquia do distrito do Porto manifestou solidariedade pelas medidas do Governo anunciando que "irão optar pelo desfasamento de horários e por trabalhar em espelho" no esforço de contenção da pandemia.

Em processo de insolvência, a empresa TEGOPI vai instalar-se no Núcleo Empresarial de Sandim, garantindo assim o município que esta, uma vez redimensionada, não sai do concelho, tendo ficado acertado com a gestora da insolvência que no espaço onde laborou a empresa metalomecânica será preenchido por outra, que transitará de Santa Maria da Feira, pertencente ao Grupo Pinto Brasil, informou o autarca.

Questionado pelo vereador da oposição Cancela Moura sobre a substituição das coberturas em fibrocimento nas escolas do concelho, Eduardo Vítor Rodrigues afirmou que a contribuição do Estado verifica-se apenas "no valor indicativo, ou seja, nos 1,8 milhões de euros", estando o valor total da empreitada "orçado em cinco milhões de euros, assumindo a autarquia essa diferença".

Foi também anunciada "a redução em 50% do pagamento da taxa de emissão de licenças de ruído" para a empreitada de renovação integral da via e desnivelamentos da linha do Norte, no troço entre Gaia e Ovar, solicitado pelo agrupamento de empresas responsável, tendo o autarca informado que essa redução implica uma redução de receita para a câmara de "150 mil euros".

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