G7 nunca reconhecerá fronteiras que Rússia pretende impôr pela força
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 afirmaram hoje que o grupo nunca reconhecerá as fronteiras que a Rússia pretende impor pela força da guerra na Ucrânia.
"Não reconheceremos nunca as fronteiras que a Rússia está a tentar mudar com a sua intervenção militar", disseram os ministros, numa declaração difundida no âmbito de uma reunião de três dias em Wangels, no norte da Alemanha.
Na declaração, os chefes de diplomacia apelaram de novo à Bielorrússia para que "pare de facilitar a intervenção da Rússia e respeite os seus compromissos internacionais".
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 (as sete maiores economias mundiais) iniciaram, na quinta-feira, uma reunião de três dias em Schloss Weissenhaus, na costa do Mar Báltico, na Alemanha, país que ocupa atualmente a presidência anual rotativa do grupo.
A chefe da diplomacia alemâ, Annalena Baerbock, reiterou a posição expressa na declaração e afirmou que cabe à Ucrânia decidir sobre o seu território.
"Nós apoiaremos as medidas (...) que a Ucrânia tome para garantir a liberdade e a paz no país", disse a ministra alemã em conferência de imprensa, após o encerramento do encontro do G7.
Annalena Baerbock considerou que a atitude da comunidade internacional nesta altura "será decisiva para o futuro".
A ministra alemã disse ainda que o G7 establecerá um mecanismo para desmascarar a propaganda russa.
Baerbock referiu também os efeitos da guerra sobre os preços dos cereais e disse que a Rússia parece decidida a ampliar a guerra a todo o mundo transformando-a numa guerra pelos alimentos.
Os ministros do G7 reiteraram a sua exigência à Rússia para que "ponha fim à guerra que começou sem provocação (por parte da Ucrânia) e ao sofrimento trágico e a perda de vidas humanas que ela continua a provocar".
Condenaram ainda "as ameaças irresponsáveis de utilisação de armas quimicas, biológicas ou nucleares" feitas pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Desta reunião saiu ainda a promessa de "expandir as sanções" económicas contra a Rússia, visando setores em que o país "é particularmente dependente", e instaram a China a não minar essas medidas.
No comunicado divulgado hoje, dia em que termina a reunião de três dias, os chefes da diplomacia dos países do G7 referem que querem "acelerar os esforços" para "acabar com a dependência da energia russa".
Os chefes da diplomacia pedem ainda à China que "não apoie a Rússia" no ataque à Ucrânia, segundo avança a agência AFP.
Os ministros da Agricultura do G7 criticaram a decisão da Índia de proibir as exportações de trigo, argumentando que tal decisão "só irá piorar a crise" no fornecimento de grãos, já sob tensão com a guerra na Ucrânia.
Os ministros da Agricultura do G7 reunidos, em Estugarda, na Alemanha, "recomendaram" hoje levar esta questão para a reunião de chefes de Estado e de Governo do grupo em junho, onde a Índia estará presente como convidada.
"Se todos começarem a impor tais restrições às exportações ou mesmo encerrar os mercados, isso só piorará a crise e também prejudicará a Índia e os seus agricultores", disse o ministro da Agricultura alemão, Cem Özdemir, após uma reunião com seus homólogos em Estugarda.
"Nós apelamos à Índia que assuma as suas responsabilidades como membro do G20", acrescentou, em reação ao anúncio de Nova Deli.
"Nós somos contra as restrições de exportação e pedimos para manterem os mercados abertos", afirmou Özdemir.
O G7 reúne as sete maiores economias mundiais e é integrado pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, com a União Europeia (UE) a participar também nas reuniões do grupo.
A Índia proibiu as exportações de trigo a partir de hoje devido ao súbito aumento dos preços do cereal no mercado mundial, situação que colocaria em risco a segurança alimentar do país, segundo um comunicado do Governo indiano.
"A política de exportação de trigo está proibida com efeito imediato", exceto os envios "para os quais já foram emitidas uma carta de crédito irrevogável" antes desta notificação, declarou a Direção-Geral de Comércio Externo num comunicado divulgado na noite de sexta-feira.
Esta decisão do Governo indiano foi motivada principalmente pelo conflito na Ucrânia e pelas ondas de calor que prejudicaram a produção do cereal no país.
A Direção-Geral de Comércio Externo indiana especificou que o Governo indiano pode emitir uma licença especial para exportar trigo para países que correm o risco de sofrer com a escassez de alimentos e, assim, atender às suas necessidades.
A Índia é o segundo maior produtor de trigo, colhendo anualmente cerca de 107 milhões de toneladas, o que representa 13,5% da produção mundial, segundo dados do Ministério do Comércio indiano.
No entanto, a maior parte dessa safra é destinada ao consumo interno.
O preço do trigo disparou no mercado mundial desde o início da invasão da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, já que os dois países envolvidos no conflito representam cerca de 30% das exportações mundiais deste cereal.
O aumento do custo do trigo, somado ao de outros alimentos e do petróleo, elevou a inflação na Índia para 7,79% em abril, o seu nível mais alto desde maio de 2014.
Além disso, a Índia foi afetada nas últimas semanas por várias ondas de calor severas, chegando a 47 graus Celsius em algumas partes do país, que devastou os seus campos de trigo e reduziu o rendimento das colheitas.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 iniciaram, na quinta-feira, uma reunião de três dias em Schloss Weissenhaus, na costa do Mar Báltico, na Alemanha, país que ocupa atualmente a presidência anual rotativa do grupo.
Além da Alemanha, o G7 integra Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, com a União Europeia (UE) a participar também nas reuniões do grupo.
Os chefes da diplomacia dos países do G7 (as sete maiores economias mundiais) convidaram também os homólogos da Ucrânia e da Moldávia a participar no encontro.