"Acredito que as rádios locais têm muito futuro", afirmou na quinta--feira, Pedro Tojal, administrador da Media Capital Rádios, exortando os seus responsáveis a serem "mais proactivos". A afirmação foi feita na conferência "O conteúdo musical no produto radiofónico", no âmbito da Musicália, que decorre até domingo na FIL.. Além de Tojal, estiveram presentes Luís Montez, proprietário da Lusocanal (que detém, entre outras, a Rádio Radar), Nuno Gonçalves, director da Comercial, e Pedro Costa, da Rádio Clube do Minho. O tema em destaque foi a forma como se elaboram as playlists nas rádios portuguesas. O debate focou-se essencialmente nas rádios locais, que não têm dinheiro para efectuar testes de mercado para o seu target específico..Pedro Costa sugeriu uma especial atenção aos conteúdos musicais das rádios nacionais direccionadas para o mesmo público-alvo. Além disso, uma consulta ao top de vendas local é sempre uma mais- -valia. Para Nuno Gonçalves, o importante é apostar na "representatividade e idoneidade". "O programador deve atender os ouvintes, ver o que eles querem. Deve-se também perguntar a alguém de fora, que não tenha nada a ver com a rádio", afirmou..Em relação à "guerra" das rádios com as editoras, Tojal incentivou a uma proactividade das estações e a uma luta contra a dependência. "Toda a informação é fundamental, temos é de saber filtrá-la. Não deixem que ninguém vos limite", alertou..A música nova nas rádios foi também amplamente discutida. "Peço capacidade de risco aos programadores. O grande desafio é tornar um tema desconhecido num êxito", declarou Luís Montez. Acrescentou, contudo, que é preciso haver um "equilíbrio entre um serviço de risco e aquilo que se sabe que de facto o ouvinte quer". ."É preciso perceber quando as pessoas não gostam do que lhes estamos a dar e parar. Mesmo dentro da música nova, temos de calcular o que o ouvinte quer", concluiu Nuno Gonçalves. .No mesmo dia, o presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão, José Faustino, falou do projecto ROLI, na conferência "Rádios Online (ROLI)". O projecto consiste num portal de rádio na Internet, o que permitirá aos utilizadores escolher e ouvir rádio online. O projecto inicial, apresentado em 2001, foi reformulado devido a alguns obstáculos. "Os operadores de telecomunicações não se interessaram e descobrimos que o âmbito do ponto de captação do sinal era reduzido", explicou José Faustino. O projecto reformulado efectuou o teste piloto e o sistema já está instalado em cinco rádios de Lisboa. No início, previa-se a adesão de cerca de 322 rádios do Continente, mas neste momento estão inscritas 203. No primeiro semestre de 2006 começará o carregamento de conteúdos iniciais do portal.