diario-de-noticias
Futebol, corrupção e autarquias
Os direitos de autor da expressão “Apito Dourado” pertencem à Polícia
Judiciária do Porto. A 20 de Abril de 2004, os inspectores da PJ deteve
um conjunto de pessoas, sobre as quais recaia suspeitas de corrupção e
tráfico de influências no futebol, sobretudo ao nível da arbitragem. Um
dos presentes que foi entregue aos árbitros era precisamente um apito
dourado, em alusão à cultura da filigrana em Gondomar. A personagem
central é Valentim Loureiro e a mais mediática Pinto da Costa. As
relações entre o presidente da Câmara de Gondomar e ex-presidente da
Liga de Clubes com empreiteiros, poder político e alguns magistrados
judiciais foram analisadas durante um ano de investigação.
Quatro anos depois das primeiras detenções, o Colectivo de juízes condenou 14 dos 24 arguidos do principal processo. Mas foi a actuação de Valentim Loureiro na Câmara de Gondomar que lhe valeu a maior pena: condenou a três anos e seis meses de cadeia, com pena suspensa. Uma condenação que nada tem a ver com alegada corrupção e tráfico de influências no futebol, mas com um crime de prevaricação resultado da adjudicação que a autarquia fez a uma empresa de design, considerada ilegal pelo colectivo de juízes.
Escutas foram validadas, voltando a lançar o debate sobre um dos principais pontos de contestação dos advogados envolvidos no processo, como os do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.