A presidente da Fundação Comunidade Contra a Sida, Filomena Frazão de Aguiar, alertou esta sexta-feira que os cortes no financiamento para o tratamento das pessoas que vivem com VIH "condiciona o acesso aos cuidados" médicos..Segundo a responsável, que falava no âmbito das 7.ª jornadas ético-jurídicas da infeção VIH/Sida, a decorrer esta sexta-feira no Porto, houve "uma redução de mais de 35% no financiamento para o tratamento das pessoas que vivem com VIH" no início do ano.."Isso vai condicionar muito várias áreas, não só a qualidade de vida dos doentes, como também o acesso aos cuidados, a liberdade dos próprios médicos em prescreverem as terapêuticas para os doentes", sublinhou Filomena Frazão de Aguiar..Os cortes "condicionam também o número de consultas e os exames", acrescentou.."Há que fazer um alerta, porque se não se falar das coisas elas caem no esquecimento", disse..A presidente da fundação afirmou também que os cortes no financiamento "põem em causa as metas da Organização Mundial de Saúde 90-90-90", que visam conseguir que, até 2020, 90% das pessoas infetadas sejam diagnosticadas, 90% das pessoas com o diagnóstico de infeção por VIH estejam em tratamento e que 90% das pessoas em tratamento estejam controladas.."A parte em que os doentes possam não ser tratados com os medicamentos que garantem a melhor qualidade da vida" é o que "preocupa mais" a fundação, frisou Filomena Frazão de Aguiar..Para esta tarde está programado um debate sob o tema "Um Financiamento Adequado na Saúde", no qual participarão o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e a presidente do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, Maria do Céu Machado, entre outros profissionais.