Fundação compra objetos sagrados para os devolver

Uma fundação dos Estados Unidos revelou-se hoje como a compradora anónima de objetos sagrados dos nativos norte-americanas vendidos em leilão em Paris, que vai devolver às tribos índias que os reclamam.
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A Fundação Annenberg, baseada em Los Angeles, anunciou que comprou 21 máscaras Hopi, usadas durante cerimónias religiosas e consideradas objetos vivos por aquela tribo, e três objetos da tribo Apache de San Carlos por 390 mil euros "com o único objetivo de as devolver aos donos legítimos".

Várias entidades, incluindo a embaixada norte-americana em Paris, tentaram travar o leilão, que decorreu segunda-feira, e que despertou polémica pela venda de 27 objetos nativos considerados sagrados.

Pierre Servan Schreiber, advogado que representou a tribo Hopi numa ação legal para impedir o leilão, comprou uma das máscaras por 13 mil euros para a devolver à tribo, mas desconhece-se o que acontecerá a dois outros objetos sagrados arrematados.

No total, os 27 objetos vendidos totalizaram 550 mil euros.

A venda de objetos sagrados nativos é ilegal nos Estados Unidos desde 1990 mas a proibição não se aplica fora do país.

A juíza encarregue da ação contra o leilão afirmou que a venda dos objetos poderia "constituir uma afronta à dignidade" da tribo, mas admitiu que essa "consideração moral e filosófica não dá ao juiz o direito de suspender a venda destas máscaras, que não é proibida em França".

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