O recorde do futebolista Sebástien Loco Abreu, de mais clubes representados em toda a carreira, tem os dias contados. O nome do jogador uruguaio, de 43 anos, figura no Guinness Book, o Livro dos Recordes, como tendo atuado em 29 clubes diferentes. Mas há agora um argentino a reclamar esse estatuto. Trata-se de Carlos Esteban Frontini, que na verdade podia até já podia ser o detentor desta marca..Frontini, de 38 anos, representa atualmente o Treze, equipa que disputa o campeonato estadual da Paraíba e a Série C do Brasileirão. Este é o 33.º clube do jogador nascido em Buenos Aires, mas que desde os cinco anos que reside no Brasil.."Eu acredito que estamos empatados, se apenas consideramos as equipas que jogaram competições nacionais. Está 29-29. Mas seria bom ultrapassá-lo. Eu joguei em 33 equipas, mas quatro foram em competições estaduais", disse Frontini em declarações ao programa de rádio argentino Ataque Futbolero..Carlos Esteban Frontini já atuou em 33 clubes diferentes. Só que nesta contagem do Guinness Book são apenas contabilizadas equipas que jogaram em competições nacionais. Mas mesmo assim, dentro destes parâmetros, o argentino podia já reclamar o lugar do uruguaio. Isto porque nos 29 clubes de Loco Abreu, é contabilizada a passagem do jogador pelo Rio Branco-ES, que no ano passado disputou apenas competições da região do Espírito Santo e não jogou em nenhuma competição nacional. Um dado que pode colocar Frontini no Livro dos Recordes..Apesar da marca importante e histórica que pode ser reconhecida pelo Guinness, Frontini não dá grande importância à distinção. "É sempre agradável sermos reconhecidos por algum feito. Mas não é nenhuma obsessão bater esse recorde e só vou continuar a jogar enquanto me sentir em condições. Neste momento sinto-me bem, tenho prazer em jogar futebol e não tenho uma data para parar. O meu objetivo é ser campeão em todas as equipas que represento. E acredito que serei aqui também no Treze", referiu..O avançado, que completa 39 anos em agosto, garante que nunca falou com ninguém ligado ao Guinness, nem sequer quer prentede alimentar polémicas com El Loco Abreu. Mas se entretanto representar mais algum clube... "Não, nunca falei com ninguém ligado do Guinness, até porque só há relativamente pouco tempo me dei conta desta situação. Mas claro, se surgir a oportunidade de jogar numa equipa numa competição nacional, vou ficar à frente ao Sebástian Abreu e a vaga será minha", indicou..Carlos Esteban Frontini está desde os cinco anos no Brasil (filho de mãe brasileira e de pai argentino). E por isso fala melhor português do que castelhano. Toda a sua carreira, aliás, foi praticamente passada em clubes canarinhos, tendo atuado em cinco regiões do país - o Santos, de Pelé, foi o emblema mais sonante onde jogou. Mas ainda não perdeu a esperança de poder ainda vestir a camisola de um clube argentino.."Tive uma passagem muito boa no Santos, mas que acabou atrapalhada devido a duas lesões que tive. Mas foi bom jogar num grande clube do Brasil. Eu queria muito ter atuado na Argentina, não penso em parar ainda, e, quem sabe, posso ainda jogar no meu país. Na Argentina eu sou do Estudiantes, seria um prazer jogar lá. Sou um avançado de área, que gosta de marcar golos. Batistuta é uma das minhas referências. Vi muitos jogos dele na passagem pelo futebol italiano, na Fiorentina e na Roma. No Brasil, Ronaldo é outra referência que tenho", referiu..Frontini assinou pelo Treze em dezembro, ele que curiosamente, em 2013, impediu o clube da Paraíba de subir de divisão. Nesse ano, o Treze e o Vila Nova disputaram um mata-mata a ver quem subia à Serie B. Partida que o Vila Nova venceu por 2-0, com dois golos do... avançado argentino..Apesar de estar no Brasil desde criança, não tem problemas em admitir que ainda torce pelo país onde nasceu: "Quando se joga o clássico sul-americano, confesso que me inclino mais para o lado da Argentina. É por quem sofro mais. Não fiquei nada contente quando perdemos as três finais.".E representar 33 clubes. É algo visto como positivo ou negativo? Frontini deixa o seu ponto de vista. "Cada pessoa é livre de fazer a interpretação que entender. Neste caso há duas formas de ver o assunto: ou és um jogador muito profissional ou não te consegues adaptar. Mas é preciso que percebam que aqui no Brasil os contratos são curtos e então existe uma maior possibilidade de ir mudando de equipa em busca de novos objetivos e condições financeiras.".Eis os clubes representados por Carlos Frontini em toda a carreira: Mogi Mirim, Corinthians Alagoano, Vitória, União Barbarense, Marília, Ponte Preta, Santos, América, Figueirense, Mirassol, Goiás, Botafogo, CRB, Bragantino, Remo, Duque de Caxias, Boavista, Ipatinga, Red Bull, Brasiliense, Volta Redonda, Vila Nova, Botafogo Pernabucano, Crac, Sergipe, XV de Piracicaba, Confiança, Ypiranga, Cianorte, Jaraguá e Treze (todos de Brasil). Fora do Brasil jogou no Vosrkla Plotava (Ucrânia) e no Pohang Steelers (Coreia do Sul).